Metroplan estima prejuízo de R$ 167 milhões até o final do ano

Metroplan estima prejuízo de R$ 167 milhões até o final do ano

Empresa não descarta a demissão de funcionários como medida para a redução de gastos

Felipe Samuel

Metroplan não descarta demissão de funcionários como forma de redução de custos

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A queda no número de passageiros transportados nos ônibus na Região Metropolitana desde março, em função da pandemia do novo coronavírus, atingiu em cheio o setor, que pode amargar um prejuízo de R$ 167 milhões até o final do ano. Em média, por dia, 300 mil usuários utilizavam as linhas de ônibus antes do surgimento da doença no Rio Grande do Sul. Conforme a Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan), atualmente a demanda pelo transporte representa menos da metade daquele mês: apenas 44%.   

Os principais problemas enfrentados pelos operadores metropolitanos decorrem principalmente de fluxo de caixa para honrar com compromissos salariais dos cerca de 10 mil funcionários do quadro, além de custos com combustível, manutenção de veículos, entre outros. Soma-se a isso o impacto econômico, a restrição de circulação da população na Capital e cidades da Região Metropolitana e a ocupação reduzida dentro dos veículos.

De acordo com o diretor superintendente da Metroplan, Rodrigo Schnitzer, um estudo do governo apontou que o déficit financeiro das operações em 2020 deve fechar em R$ 167 milhões, se a média de passagieros permanecer abaixo do patamar verificado em março.

No ano passado, as receitas com venda de passagens chegaram a R$ 552,6 milhões. Ma este ano, de acordo com projeções do governo, não devem ultrapassar os R$ 385,55 milhões. Schnitzer afirmou que o estudo do governo identificou parcialmente o déficit do setor de transporte e propos algumas ações que devem ter resultado em médio e longo prazo, entre as quais a medida provisória 936, que trata de benefício emergencial aos trabalhadores. "O RS vem adotando mediadas como a MP 936 e outras iniciativas para ao final desse período tentar a redução de 42% do déficit", observou.

Segundo Schnitzer, o objetivo é tentar reduzir o déficit projetado de quase R$ 170 milhões para R$ 100 milhões a partir de diminuição de despesas de transporte. "Entre os ajustes estão a redução de ofertas de horários, que podem causar transtornos e inconvenientes aos passageiros. A ideia é fazer esses ajustes para oferecer o máximo de longevidade ao sistema e diminuir impacto futuro em torno dos prejuízos", explicou. Mesmo com essas iniciativas, ele não descarta medidas mais duras, como a redução de funcionários. 

"Toda sociedade, em função da pandemia e da dificuldade econômica, está sujeita a essas questões de redução de emprego. O setor do transporte não é imune a isso, não tem como não ser atingido também", observou. Ele assegura, no entanto, que é preciso encontrar alternativas para minimizar as consequências econômicas. "Vai acontecer ajuste por parte das empresas do quadros em torno 10 mil funcionários na estrutura como um todo", acrescentou.
 


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