Militares do Exército na Operação Acolhida voltam para Porto Alegre

Militares do Exército na Operação Acolhida voltam para Porto Alegre

Durante quatro meses, 533 homens e mulheres trabalharam no acolhimento de migrantes e refugiados venezuelanos no Brasil

Christian Bueller

Últimos militares do CMS chegaram em Porto Alegre nesta madrugada

publicidade

Missão humanitária cumprida. No início da madrugada desta quinta-feira, chegaram a Porto Alegre os últimos militares do Comando Militar do Sul (CMS) que ainda estavam na Operação Acolhida, na fronteira com a Venezuela. Durante quatro meses, eles trabalharam no acolhimento e interiorização de migrantes e refugiados venezuelanos que buscam uma vida melhor no Brasil. A aeronave que partiu de Boa Vista, Roraima, desembarcou por volta da meia-noite no Aeroporto Internacional Salgado Filho/Porto Alegre International Airport. 

Em 15 de maio deste ano, 533 homens e mulheres do CMS, integrantes do 11º Contingente da Força-Tarefa Logística Humanitária – Operação Acolhida, partiram para trabalhar no ordenamento, acolhimento de migrantes e refugiados venezuelanos. A ação auxiliou na interiorização dos estrangeiros que entram no Brasil em busca de uma vida mais digna. Quatro meses depois, cem militares retornaram, trazendo na bagagem a sensação de dever realizado. “Sentimento de que estamos deixando algo da gente lá e que a missão continue com o 12º Contingente a partir de agora”, revelou a tenente Kelly Kohn. 

Objetivo alcançado 

Segundo o tenente-coronel Renato Cunha Mello, o objetivo de levar socorro aos venezuelanos que vivem em situação difícil foi alcançado. “Logicamente, as demais tropas nos deram força, prepararam o caminho para que pudéssemos cumprir nossa missão. A passagem do 10º Contingente para nós foi muito boa e procuramos deixar para o 12º as melhores condições, o que é alvo do Exército, sempre deixando o caminho pronto para a tropa que ocupar a nossa zona de ação”, explicou. Coordenado pela Casa Civil, a Operação Acolhida já ultrapassou a marca de 56 mil migrantes e refugiados venezuelanos interiorizados para 719 cidades brasileiras. A iniciativa reúne esforços de 12 ministérios e diversas organizações da sociedade civil e organismos internacionais. 

Para abrigar os venezuelanos vulneráveis que chegam no país, o Governo Federal dispõe de 13 abrigos e 4 alojamentos, distribuídos em Boa Vista, Pacaraima e Manaus, sendo cinco deles destinados a migrantes e refugiados de origem indígena. No entanto, o trabalho ainda é longo. Segundo a Organização Internacional para as Imigrações (OIM), o número de venezuelanos desabrigados em Pacaraima, em Roraima, ultrapassa 4 mil. 

Desde o início das ações da operação, foram feitos atendimentos nos Postos de Interiorização e Triagem nas três cidades que resultaram em 256 mil solicitações de regularização migratória, 400 mil doses de vacina administradas, cerca de 255 mil CPFs emitidos além de 52.476 pedidos de residência temporária em território nacional.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895