Ministérios da Saúde e da Defesa distribuem medicamentos do 'kit intubação' no RS

Ministérios da Saúde e da Defesa distribuem medicamentos do 'kit intubação' no RS

Remédios são sedativos, relaxantes musculares e bloqueadores neuromusculares para pacientes suspeitos ou confirmados da Covid-19

Cláudio Isaías

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Uma operação conjunta entre os ministérios da Saúde e da Defesa está distribuindo 30 mil unidades de medicamentos para 51 hospitais em 45 cidades do Rio Grande do Sul. As instituições de saúde vão receber hoje os remédios Atracúrio, Propofol e Epinefrina que fazem parte do kit intubação. Os medicamentos são sedativos, relaxantes musculares e bloqueadores neuromusculares para a realização de intubação de pacientes suspeitos ou confirmados da Covid-19.

Nesta terça-feira pela manhã, a primeira etapa da operação começou a ser desenvolvida pelo 3º Batalhão Logístico de Porto Alegre com a entrega dos remédios nos hospitais. O tenente-coronel Maurício Grohs, coordenador da operação, informou que oito equipes do Exército vão percorrer mais de seis mil quilômetros no Estado para realizar a entrega dos medicamentos. "Recebemos a missão de transportar remédios importantes para os hospitais", ressaltou. Os medicamentos foram carregados na sede do 3º Batalhão de Suprimento do Exército, em Nova Santa Rita, na região Metropolitana. 

A 1º tenente Shyrlana de Almeida, chefe da Classe 8 do 3º Batalhão de Suprimento, informou que além das 30 mil unidades entregues ontem aos municípios, está prevista para esta semana a chegada de mais  21 mil unidades de medicamentos entregues pelo Ministério da Saúde. "A armazenagem dos remédios foram feitas em câmaras frias com temperatura de 2 a 8 graus", destacou.

A operação de entrega dos itens pelo Comando Militar do Sul (CMS) atendeu solicitação de apoio feita pela Secretaria Estadual da Saúde (SES). Segundo Shyrlana, os medicamentos estavam armazenados desde sábado e são imprescindíveis nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) destinadas ao tratamento do coronavírus. "O Exército está sempre pronto a atender as solicitações das três esferas de poder - federal, estadual e municipal. Está sendo uma honra participar deste trabalho", acrescentou.

A primeira entrega do Exército foi feita no Hospital São Camilo, em Esteio. Além disso, o  3º Batalhão Logístico realizou a entrega dos medicamentos em Canoas (dois hospitais), Cachoeirinha, Alvorada, Viamão e três hospitais de Porto Alegre - Divina Providência, Vila Nova e Restinga e Extremo Sul. No Hospital São Camilo, em Esteio, o diretor-geral Adriano Coutinho, e o prefeito Leonardo Pascoal receberam o tenente-coronel Maurício Grohs. Os militares realizaram a entrega à instituição de saúde de 17 caixas do medicamento Atracúrio e 276 caixas de Propofol.

Remédios serão utilizados na UTI Covid

Segundo Coutinho, os remédios serão utilizados na UTI Covid, na emergência onde os pacientes estão sendo intubados e na UTI tradicional. "Os medicamentos são importantes para continuarmos a salvar vidas e para que os pacientes permaneçam intubados recebendo a medicação e fazendo o tratamento necessário para sair dessa situação da Covid-19", ressaltou. Coutinho disse que a instituição de saúde está chegando no limite em função da falta de medicamentos e também de pessoal - é necessário a contratação de novos funcionários.

"Estamos atendendo da melhor forma possível. Pedimos que a população evite aglomerações, mantenha o distanciamento social e use máscara e álcool em gel", explicou. O Hospital São Camilo conta 144 leitos. Deste total, 72 são destinados para o tratamento da Covid-19. O prefeito Pascoal afirmou que os medicamentos são fundamentais no processo de intubação de pacientes com coronavírus. "A chegada dos remédios entregues pelo Exército nos dá um fôlego para que possamos dar sequência no tratamento dos pacientes", acrescentou.     

Os medicamentos Propofol, Atracúrio e Epinefrina foram comprados parte pelo governo Estado e parte pelo Ministério da Saúde, e serão distribuídos aos hospitais com estoques mais críticos, todos com UTI. "Apesar da responsabilidade da aquisição ser dos hospitais, o Estado está presente buscando auxiliar para garantir o atendimento qualificado à população, cumprindo o seu papel nesse momento crítico e de aumento expressivo na demanda”, explicou Lisiane Fagundes, diretora do Departamento de Gestão da Atenção Especializada da SES.

Ela adverte que, preencher todas as semanas, o link disponibilizado aos hospitais é importante para que a secretaria tenha sempre o cenário mais verdadeiro possível dos estoques e consumo. Para solucionar um possível desabastecimento, a Secretaria Estadual da Saúde trabalha ainda em um diagnóstico detalhado dos motivos da falta do medicamento, contatando hospitais e os principais produtores de medicamentos no país.


Foto: Ricardo Giusti


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