Mobilização pede a duplicação da BR 290

Mobilização pede a duplicação da BR 290

Campanha foi lançada no ano passado, em um evento em Butiá

Franceli Stefani

Duplicação resolveria o problema dos acidentes frontais que causam cerca de 50 mortes por ano

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Diariamente a BR-290 recebe cerca de três mil caminhões por dia. Um estudo do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), feito em 2017, mostra que pelo menos 20 mil veículos leves trafegam pela rodovia diariamente, o que significa o dobro da capacidade atual da estrada. É por isso que a Associação Brasileira dos Usuários de Ruas, Estradas e Rodovias (Abur) encabeça a campanha “BR 290 Duplica! Já!”, que na manhã do sábado, provocou mais uma mobilização no Estado, desta vez em Eldorado do Sul, na região Metropolitana de Porto Alegre. A próxima ação será em Porto Alegre, no dia 18 de março, às 14h, na sala Adão Pretto, no térreo da Assembleia Legislativa do Estado, quando acontecerá o lançamento das frentes parlamentares estadual e federal para defesa da duplicação.

De acordo com o presidente da entidade, Gerri Machado, prefeitos, vereadores, deputados estaduais e federais, movimentos sociais e empresariais estão engajados para que as obras ocorram. Através da bancada gaúcha no governo federal, com emendas impositivas, foram angariados R$ 20 milhões para os serviços. Valor considerado bem inferior do necessário para o término, orçado em pelo menos R$ 700 milhões apenas para a fase inicial do serviço. “Sabemos que é pouco, até porque queremos a duplicação até Uruguaiana. A nossa meta para 2019 era de R$ 70 milhões para ter o mínimo de obras – o ideal seria R$ 200 mi, mas sabemos que orçamento é apertado. Precisamos que o Ministério dos Transportes coloque recursos também.”

O líder da ação frisa que a primeira parte da duplicação está contratada desde o governo Dilma Rousseff. “Seria o trecho de número um, que liga Eldorado até Pantano Grande. Lá atrás foi feito o projeto de engenharia e contratado o empreendimento. Os trabalhos iniciaram, vários pontos foram executados, mas já no governo de Michel Temer houve reduzida. Já 2018 não houve recurso”, destaca. Grande parte dos caminhões que usam a via transportam madeira para empresas de celulose, carvão, além de resíduos de municípios gaúchos que vão para a Companhia Riograndense de Valorização de Resíduos (CRVR), localizada em Minas do Leão. “Sem contar o transporte normal, destinado a supermercados, outras empresas do trecho e a logística natural de uma rodovia.”

A duplicação resolveria o problema dos acidentes frontais que causam cerca de 50 mortes por ano, além de mais de 1.100 de acidentes por ano, só no trecho de Eldorado e Uruguaiana. “A obra significa a preservação de vidas. Passei isso para a assessora do ministro do Transportes e também para o Dnit em uma reunião que ocorreu há 15 dias, porém como há muita obra em andamento, eles disseram que estão elencando critérios para saber quais serão executadas neste ano. Um dos pontos divulgados até agora é com relação aos acidentes. Nesse ponto a 290 está enquadrada”, diz, com esperança. Conhecedor das dificuldades enfrentadas pelo governo federal, principalmente a questão financeira e escassez de dinheiro para investimentos nos Estados, reforça que a construção de outra provocaria redução das mortes. “A soma de muito carro, o dobro que a estrada comporta, mais um volume de carga considerável, que deixa o trânsito lento, provoca as colisões frontais, na tentativa de ultrapassagem pela lentidão dos veículos pesados.”

A campanha de duplicação foi lançada no ano passado, em um evento em Butiá. Atividades também foram feitas em Cachoeira do Sul e outras, mensais, deverão ser realizadas ao longo do ano. O intuito é pressionar o governo. “É um movimento apartidário, que tem apoio de todas as áreas. O andamento da obra é urgente, pois além de trazer desenvolvimento econômico para a região Carbonífera e da Fronteira, melhora a infraestrutura de transporte e logística, atraindo mais empresas e indústrias, com isso gerar emprego e riquezas para a região.” O prefeito de Eldorado do Sul, Ernani Gonçalves, disse que a reedição das frentes parlamentares que tratam do assunto, tanto na assembleia, quanto na Câmara dos Deputados é fundamental. “A 290 é uma das mais importantes do Estado e a duplicação é extremamente necessária para dar mais segurança aos condutores e trazer progresso para os municípios”, afirma.


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