Moradores protestam contra fechamento do posto de saúde em Porto Alegre

Moradores protestam contra fechamento do posto de saúde em Porto Alegre

População da região passará a ser atendida em novo local que, além do funcionamento até 22h, fica a 900 metros da antiga sede

Cláudio Isaías

Unidade de saúde Jenor Jarros foi fechado pela Secretaria Municipal da Saúde nesta segunda-feira

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Os moradores do bairro Santa Rosa de Lima, na zona Norte de Porto Alegre, realizaram nesta segunda-feira uma manifestação contra o fechamento da unidade de saúde Jenor Jarros. No local, segundo os integrantes do conselho de saúde local, são atendidas cerca de cinco mil pessoas. Giane Dewes, integrante do conselho, informou que diversos moradores do bairro tinham consultas agendadas no posto de saúde e foram pegos de surpresa com o fechamento da unidade. Além disso, segundo ela, os funcionários que foram até o local para trabalhar não conseguiram entrar no prédio, pois estava fechado a cadeado.

"A prefeitura quer fechar o posto há pelo menos um ano alegando que o local está em condições precárias e que as instalações estão sucateadas", destacou.

Giane Dewes defendeu a construção de um novo posto de saúde em um terreno ao lado do Jenor Jarros ou no terreno da escola estadual Bento Gonçalves. "Não queremos o fechamento dessa unidade que é tão importante para a comunidade do bairro Santa Rosa de Lima. Os moradores sequer foram avisados pelo poder público municipal sobre o fechamento", acrescentou.  

No entanto, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que o atendimento no posto Jenor Jarros será feito a partir de agora na unidade de saúde Ramos. No novo local, além do funcionamento até 22h e de ficar a 900 metros da antiga sede, a população terá a sua disposição, segundo a SMS, sete médicos, dois dentistas, enfermeiros, técnicos em enfermagem e em saúde bucal, farmacêutico e auxiliar de farmácia – garantidos em tempo integral de funcionamento da Unidade. Na Jenor Jarros a população tinha estrutura física precária, sem possibilidade de reformas, equipe simples com um único médico e horário de funcionamento limitado.

Além do fechamento da unidade Jenor Jarros, a prefeitura decidiu mudar os locais de atendimento de mais três regiões da cidade: os atendimentos das Unidades de Saúde Laranjeiras (região Leste / Nordeste), Vila Elizabeth (região Norte / Eixo Baltazar) e Pitinga (região Restinga / Extremo Sul) também foram transferidos. 

A unidade de saúde Laranjeiras teve seu serviço transferido para a unidade de saúde Morro Santana. Localizada a poucos metros de distância, a Unidade de Saúde Morro Santana conta com sete médicos, dois dentistas, enfermeiros, técnicos em enfermagem e em saúde bucal, farmacêutico e auxiliar de farmácia – garantidos durante todo o período de funcionamento, além de permanecer aberto até as 22h. Antes, quem era atendido na Unidade Laranjeira sofria com alagamentos frequentes, falta de estrutura para procedimentos (com impossibilidade de reformas), somente um médico e horário limitado de funcionamento.

A Unidade de Saúde Vila Elizabeth passou o seu atendimento para a Unidade Nova Brasília. O local fica aberto 12 horas por dia, das 7h às 19h, e conta com cinco médicos, um dentista, enfermeiros, técnicos em enfermagem e em saúde bucal, farmacêutico e auxiliar de farmácia, garantidos em tempo integral na unidade. Na unidade antiga, era somente um médico.

O prédio irá abrigar uma nova equipe de saúde mental. Os pacientes da Unidade Pitinga passam a ser atendidos na Clínica da Família José Mauro Ceratti Lopes, também na Restinga. No novo local, aberto até as 20h, são seis médicos, dois dentistas, enfermeiros e técnicos em enfermagem e em saúde bucal, farmacêutico e auxiliar de farmácia durante todo o horário de funcionamento da unidade.

Além da alteração nos locais de quatro postos de saúde, a prefeitura de Porto Alegre deu continuidade ao cumprimento da decisão judicial do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ/RS), com trânsito em julgado junto ao Supremo Tribunal Federal a partir de 4 de dezembro, que declara inconstitucional a lei que criou o Instituto Municipal de Estratégia de Saúde da Família (Imesf).

Foram entregues os comunicados de rescisão dos contratos a profissionais que ainda possuíam vínculo junto ao instituto. Em nota, a prefeitura diz que atualmente, todas as comunidades que em algum momento foram atendidas pelo Imesf já foram assumidas pela Associação Hospitalar Vila Nova, pela Sociedade Sulina Divina Providência ou pela Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre.

Durante esses 15 meses, os profissionais tiveram oportunidades de seguir prestando serviços na rede de Atenção Primária à Saúde do município. Aqueles que não foram enganados por sindicatos e que possuem o perfil e a vocação para servirem à população foram contratados, muitos inclusive em postos de liderança, por entidades sérias e com tradição de prestação de serviços de saúde em Porto Alegre. Com as contratualizações, foi possível passar de seis para 45 unidades funcionando no mínimo 12 horas diárias, saltando de 229 para 309 equipes de saúde da família completas.


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