Morre o chargista e cartunista Tacho, aos 61 anos

Morre o chargista e cartunista Tacho, aos 61 anos

Ele estava tratando de um câncer no fígado, mas não resistiu à doença

Gabriel Guedes

Natural de São Leopoldo, Tacho faleceu nesta terça-feira

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Aos 61 anos de idade, o chargista e cartunista Gilmar Luiz Tatsch morreu na manhã desta terça-feira. Tacho, como era conhecido, estava se tratando de um câncer no fígado, mas acabou não resistindo à doença. Tacho começou no Correio do Povo na década de 80 e permaneceu até o começo da década de 90 como diagramador, e atualmente era chargista, com suas ilustrações e frases publicadas diariamente na página dois.

A trajetória de Tacho começou na adolescência, aos 17 anos, para ajudar nas despesas de casa quando o pai sofreu um derrame. Entrou no Jornal Vale dos Sinos - hoje Jornal VS, de São Leopoldo - para ocupar a função de office-boy. Mas em pouco tempo estava publicando seus desenhos e foi contratado como chargista. Suas inspirações criativas foram Millôr Fernandes, por suas ilustrações e frases de efeito, e os chargistas gaúchos Santiago e Sampaulo. 

No ano de 1986, entrou para a diagramação do Correio do Povo, onde desejava trabalhar junto com alguns de seus amigos. Ficou até 1991 e em 1º de outubro de 1994, voltou ao jornal, mas desta vez como chargista e ilustrador. Completaria agora, em 2021, 27 anos de casa. Também permanecia paralelamente no Grupo Editorial Sinos, de Novo Hamburgo, onde além de publicar seus desenhos, era editor gráfico.

Prêmios 

Tacho recebeu vários reconhecimentos ao longo da carreira. Chegou a ser premiado mais de 20 vezes pela Associação Riograndense de Imprensa (ARI), tanto pelas charges quanto por seus projetos gráficos. A mais recente premiação foi com a charge "Militares na Saúde". Em 2015 recebeu o prêmio Direitos Humanos de Jornalismo, promovido pelo Movimento de Justiça e Direitos Humanos do Rio Grande do Sul e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). 

Em 2016, ele lançou o "Almanaque do Tacho", uma coletânea com seus melhores traços e imagens acompanhadas de diversas frases geniais criticando governos e governantes, independentemente de partido, e outras comentando o cotidiano, como futebol e o clima.  

Criatividade e alegria 

Com os mesmos traços de quando era apenas uma criança, quando desenhava enquanto os pais cuidavam do bar da família, na década de 1960, com o tempo foi aprimorando as ilustrações com toques de humor e ironia. “Além de ser o melhor chargista do país para mim, ele era um grande frasista. Eu não conhecia nenhum frasista como ele. O Tacho era uma criança em termos de criatividade, de alegria. Conviver com o Tacho era conviver com uma criança feliz”, afirma o diretor de Redação do Correio do Povo, Telmo Ricardo Borges Flor.

A informação da morte foi confirmada nesta terça-feira de manhã pela filha, a psicóloga Helena Tatsch, através de um post no Facebook. “É com pesar e com o coração destruído, que comunico o falecimento do meu pai, meu melhor amigo, Gilmar Luiz Tatsch”, anunciou. 

Natural e residente em São Leopoldo, Tacho deixa também a esposa, com quem era casado há 36 anos. O velório tinha previsão de iniciar às 20h desta terça-feira, na Capela 3 do Cemitério Ecumênico de São Leopoldo. O sepultamento será às 9h desta quarta-feira. Será aberto ao público, mas devido à pandemia de Covid-19, pede-se que se observe os protocolos sanitários, com distanciamento e uso de máscara facial.
 

 

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