Morte do jogador do Passo Fundo Futsal comove a cidade e os atletas

Morte do jogador do Passo Fundo Futsal comove a cidade e os atletas

Pablo Radaeli, de 22 anos, morreu em acidente com o ônibus da equipe, em Itaqui, na madrugada deste domingo

Henrique Massaro

Comoção foi grande ao longo de todo o dia em Passo Fundo

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A primeira derrota da Liga Gaúcha não poderia ter sido mais triste para o Passo Fundo Futsal (PFF) e sua fiel torcida. Depois de quatro vitórias e um empate, o 4 a 0 sofrido do Uruguaianense não seria suficiente para tirar o ânimo da equipe que lidera a competição. Na volta para casa, na madrugada de domingo, o ônibus que transportava a delegação tombou em um barranco em Itaqui, deixando feridos e tirando a vida do ala Pablo Yago Radaeli, de 22 anos. A quadra onde o craque deu tantas alegrias se tornou símbolo de comoção para familiares, companheiros e torcedores. 

Após as notícias do acidente, que repercutiram ao longo da manhã pelo Estado, funcionários do clube e torcedores – de crianças a idosos - aguardaram no ginásio pelo desfecho do triste capítulo da história do município do Norte gaúcho. No centro da quadra, muitas flores à espera do corpo do artilheiro. Por volta das 17h30mim, a delegação, formada por 14 jogadores, quatro membros da comissão técnica e dois dirigentes, chegaram ao local sob fortes aplausos. Além das palmas, muito choro marcou a chegada da equipe. Dos sobreviventes, apenas o roupeiro Sandi Vieira não pode comparecer. Ele estava internado no Hospital de São Borja e retornou para Passo Fundo direto para o Hospital de Clínicas.

A comoção vinha principalmente dos atletas, muitos deles machucados. Com uma fratura no braço que provavelmente precisará de cirurgia, o capitão do PFF, Dilvo Molossi, disse que era difícil recordar o momento do acidente. “A gente lembra muito pouco. Lembra do primeiro impacto que nos jogou para cima. Depois o ônibus capotando, caindo e arrastando mato a dentro”, explicou. Para ele, a tragédia também deixa em segundo plano a sequência da competição. “O importante agora é ter o calor dos nossos familiares, da comunidade que nos abraça, da torcida, e de toda a diretoria. Para tentar voltar para o mundo real.”

O goleiro Ângelo Maringa também lembrava pouco do acidente em si, mas comentou que Radaeli vinha sentado atrás dele, ao fundo do ônibus e sozinho. Segundo ele, o craque dormia no momento da tragédia que tiraria sua vida. “Era um dos poucos que estava realmente dormindo. Foi o local mais afetado. Ele não teve chance de reagir”, recordou. O goleiro ainda comentou que o clima era de muita tristeza pela perda do jogador, mas que, ao mesmo tempo, havia um certo alívio porque o acidente poderia ter sido ainda pior. ”Vamos torcendo, porque temos mais um companheiro que está internado. Vamos fazer orações para ele se recuperar logo.”

Além dos jogadores da casa, atletas de equipes adversárias também fizeram questão de ir até o ginásio Capingui para dar força aos colegas de profissão e aos torcedores. Era o caso de Dani Ottoni, que jogou por dois anos no PFF e ajudou a equipe a conquistar a Série Prata no ano passado. Atualmente, ele atua como ala e fixo da Sase de Selbach, que no final de semana anterior havia perdido para o Passo Fundo por 5 a 1 no final de semana anterior, quando Radaeli marcou o último gol de sua vida. “Acho que não somente a torcida, mas a cidade em si vai ter que dar muita força, principalmente para os familiares dos jogadores, em um momento assim se precisa da força de todos que estão próximos e, quem puder estar presente, dar algo a mais nesse momento, seria de suma importância.”

O acidente que tirou a vida de Radaeli levou o prefeito de Passo Fundo, Luciano Azevedo, a decretar luto oficial de três dias.

Velório e cremação

Conforme a família Radaeli, o velório do atleta no município de Novo Hamburgo acontece a partir das 7h, na Funerária Krause, sala B. A cerimônia de cremação acontece às 16h, no mesmo local.


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