Motoristas de ônibus da região metropolitana realizam operação tartaruga em Porto Alegre

Motoristas de ônibus da região metropolitana realizam operação tartaruga em Porto Alegre

Protesto se deve ao não pagamento de férias parceladas, a redução dos vales-refeições e as demissões dos últimos anos

Eduardo Andrejew

Operação tartaruga de motoristas de empresas de transporte da região metropolitana gerou congestionamentos em Porto Alegre

publicidade

Motoristas de empresas de ônibus da região metropolitana realizaram na manhã desta terça-feira uma operação tartaruga (quando os coletivos andam em velocidade reduzida) a partir do trecho do Viaduto da Conceição, no Centro de Porto Alegre. O resultado foi um longo congestionamento de ônibus e veículos na Avenida Mauá e na Avenida Castelo Branco. Trecho da Avenida Farrapos também está congestionado com a mobilização.

As empresas envolvidas são Transcal (que faz o transporte entre Cachoeirinha e Porto Alegre), Soul (Alvorada), Viamão e Sogil (Gravataí). O protesto se deve ao não pagamento de férias parceladas e à quantidade reduzida de tickets refeição.

O protesto também tem como pauta as 1,7 mil demissões ocorridas nos últimos anos, especialmente após a pandemia.

Para permitir que o tráfego nas avenidas voltasse a fluir normalmente, a Brigada Militar orientou os motoristas a liberar parte da pista das vias. A Empresa Pública de Transporte e Circulação também trabalha na normalização do tráfego nas vias.

A mobilização foi coordenada pelo Sindimetropolitano, que representa os trabalhadores rodoviários de cidades da Região Metropolitana conta com apoio de Sindicatos rodoviários municipais.

O presidente do Sindimetropolitano, Mauro Santos, explica que a categoria vem sofrendo com redução salarial, de benefícios e de vale-alimentação. "O pessoal queria entrar de greve hoje mesmo", afirmou Santos. "Hoje é um manifesto, amanhã pode não ter ônibus ", acrescentou.

Em nota, a Associação dos Transportadores Intermunicipais Metropolitanos de Passageiros (ATM) afirmou que as paralisações promovidas hoje são "consequência de uma crise profunda do setor do transporte público de passageiros, gerada pelo desequilíbrio econômico-financeiro generalizado do sistema, que foi agravado pela pandemia".

A entidade destaca que as autoridades estão cientes da situação. "São informadas com transparência pela ATM e pelo Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários do Estado do RS (SETERGS)", pontuou nesta terça-feira.

A ATM afirmou ainda que busca alternativas para resolução do problema junto ao Poder Concedente para encontrar uma "solução equilibrada", que garanta a viabilidade do sistema para os milhares de usuários que o utilizam diariamente, bem como para os colaboradores das empresas. "Neste momento, as empresas não possuem condições de arcar com o ônus de liquidar o 1/3 de férias pendente, bem como conceder reajuste no vale alimentação, conforme amplamente debatido em audiência de mediação do TRT", diz a nota.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895