Motoristas de aplicativo fazem carreata pedindo reajuste nas corridas, em Porto Alegre

Motoristas de aplicativo fazem carreata pedindo reajuste nas corridas, em Porto Alegre

Ato reuniu cerca de 80 veículos nesta terça-feira

Christian Bueller

Cerca de 80 veículos participaram de uma carreata promovida por motoristas de aplicativo

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Pintados com mensagens como “chega de exploração” e “ajuste já”, cerca de 80 veículos participaram de uma carreata promovida por motoristas de aplicativo, na manhã desta terça-feira, em Porto Alegre. A classe reivindica reajuste de 42% no valor das tarifas pagas pelas empresas. De forma pacífica, os carros saíram do Largo Zumbi dos Palmares, no bairro Cidade Baixa, passou pelas avenidas João Pessoa e Ipiranga, pela rua Salvador França até a sede da Uber, na avenida Carlos Gomes, bairro Auxiliadora.

Segundo uma das entidades envolvidas, o Sindicato dos Motoristas de Transporte Individual por Aplicativo do Rio Grande do Sul (Simtrapli-RS), o valor pedido é calculado pelo índice da inflação e pelos aumentos de preço dos combustíveis. Para a secretária-geral, Carina Trindade, a rotina dos profissionais é mais desgastante e menos compensatória pelo tempo dedicado ao trabalho diariamente.

“Os motoristas estão trabalhando de dia, pra comer à noite. Essa é a realidade hoje. Trabalhamos de 12 a 16 horas por dia pra poder se manter. O alto preço dos combustíveis, da cesta básica, dos insumos para manter veículos, deixa o motorista em situação bem complicada”, afirma.

Carina diz que vê muitos colegas desistindo por causa das dificuldades. “Temos motorista que trabalha com carros alugados abandonando barco porque está difícil de se manter recebendo da plataforma 0.90 centavos o quilômetro rodado e ainda sendo descontado de 25% a 40% numa corrida”, conta.

Falta de diálogo

O Simtrapli-RS reclamou de falta de diálogo por parte da plataforma. “Não ajudam o motorista, só descontam os valores e o trabalhador é quem banca seu veículo, seu IPVA, seu seguro, seu combustível, sua troca de óleo”, completa a secretária-geral do sindicato.

A Uber diz entender a insatisfação dos motoristas, mas que o preço dos combustíveis foge ao controle da empresa. Quanto à taxa, que era de 25% em 2018, se tornou variável e passou a fazer parte da estratégia da plataforma em oferecer descontos para os usuários para incentivar o aumento de viagens.

 


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