Motoristas de aplicativos relatam volta tímida de clientes após seis meses de crise pela pandemia

Motoristas de aplicativos relatam volta tímida de clientes após seis meses de crise pela pandemia

Condutores, no entanto, destacam o baixo movimento em locais tradicionais de Porto Alegre

Cláudio Isaías

No Estado haverá mobilizações em Porto Alegre, Canoas, Eldorado do Sul, Guaíba e Caxias do Sul

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Os motoristas de aplicativos afirmam que houve uma pequena melhora no serviço. Depois de seis meses de crise em função das medidas adotadas pelas autoridades em função da pandemia da Covid-19, entre os meses de abril a setembro, a categoria avalia que os clientes começam a usar o serviço novamente.

No entanto, eles afirmam que segue o baixo movimento em locais tradicionais como a Estação Rodoviária de Porto Alegre e o Porto Alegre Airport - Aeroporto Internacional Salgado Filho. Na manhã de ontem, estacionados nas proximidades da rua Voluntários da Pátria, no bairro São Geraldo, na zona Norte da Capital, um grupo de 20 condutores relatou que nunca tinha visto uma crise como a do coronavírus.

"Não pensei que afetaria tanto a vida da cidade", ressaltou Paulo Salvatti, que trabalha há dois anos como motorista de aplicativo. Ele teme que o governo estadual anuncie medidas mais restritivas que possam inviabilizar o serviço na cidade. Antes da crise, Salvatti afirmou que realizava uma média de 40 corridas por semana. Hoje, a média não chega a 20 corridas. Ele trabalha das 7h às 19h. O motorista Marcelo Campos disse que a categoria perdeu muitos clientes em função da diminuição da circulação de pessoas no aeroporto e na Estação Rodoviária. "Antes da crise da pandemia, já tinha realizado mais de R$ 400,00 com as corridas. Se chegar a R$ 150,00 será uma vitória", acrescentou.

O presidente da Associação Liga dos Motoristas de Aplicativos (Alma), Joe Moraes, disse que a situação da categoria esteve bem difícil no começo da pandemia da Covid-19. Ele recorda que no começo da pandemia foi bem difícil porque o número de viagens em Porto Alegre diminuiu em cerca de 90%.

Segundo ele, com o passar do tempo tem melhorado um pouco o número de corridas, no entanto, ainda está longe do normal. A entidade, no período de redução de clientes por conta das restrições, não recebeu qualquer tipo de incentivo por parte das plataformas de Apps. Os condutores receberam um recurso para a aquisição de álcool em gel e máscaras.

Moraes destacou ainda que muitos motoristas acabaram por desistir da profissão e acredita que possa ocorrer mais abandonos. "Vai acontecer também um movimento contrário. Muita gente que hoje está ficando desempregada vai migrar para os aplicativos", ressaltou.

Antes da pandemia, a Alma contabilizava um total de 35 mil motoristas de aplicativo atuando em Porto Alegre e Região Metropolitana. Porém, a categoria não possui um número de quantos desistiram de atuar nos aplicativos.


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