Movimento nas lojas de Porto Alegre aumenta na semana do Natal

A segunda-feira começou movimentada no centro de Porto Alegre. Na Rua dos Andradas, as ofertas anunciadas nas caixas de som em frente às lojas, disputavam a atenção das pessoas que procuravam os presentes de Natal. No segundo ano de pandemia, mas com o avanço da vacina e a flexibilização do comércio, as entidades estimam um Natal com mais compras do que foi em 2020, apesar de a inflação se refletir nos preços dos produtos. Os itens da ceia de natal, vestuário e calçados devem ser os itens mais procurados pelos consumidores.

O presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL POA), Irio Piva, avalia que o Natal será positivo. “Se compararmos com o ano passado, será uma diferença significativa, porque no ano passado tínhamos muita restrição”, destacou. Piva ressalta que houve uma mudança no perfil de itens mais procurados, como demanda forte por itens de ceia de Natal. “A valorização do encontro que deve acontecer mais neste ano, mostrou um consumidor mais interessado em produtos para a ceia natalina”, afirmou. O dirigente também ressalta a procura acentuada por roupas e calçados.

Segundo a projeção da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul (FCDL-RS), o Natal tem potencial para injetar cerca de R$ 5 bilhões na economia do Rio Grande do Sul, o que determinaria vendas quase 18% superiores ao mesmo período de 2020. Em todo o país, a previsão é de uma circulação de quase R$ 40 bilhões.

O presidente da FCDL-RS, Vitor Augusto Koch, destaca que provavelmente o Natal será uma data de recuperação das vendas, tão prejudicadas desde março de 2020. “Temos mais dinheiro circulando no mercado com o pagamento do 13º salário e do Auxílio Brasil”, relata. Koch observa que há uma vontade dos consumidores em comprar presentes, alimentos e bebidas para as ceias natalina e do ano novo. "Existe a disposição dos gaúchos em consumir e acreditamos que eles irão superar as dificuldades que o momento econômico apresenta para concretizar esse desejo”, assinalou.

Preço médio e comportamento nas compras

Em função das dificuldades financeiras que boa parte da população está enfrentando, a expectativa é que o valor médio dos presentes no Natal 2021 deve ficar na casa dos R$145. Os produtos mais procurados devem continuar aqueles mais tradicionais para a data, como roupas, calçados, produtos de beleza e perfumaria para os adultos e brinquedos para as crianças.

O Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre (Sindilojas POA) projeta que o Comércio de Porto Alegre deverá movimentar R$ 424 milhões com o Natal. O núcleo de pesquisa da entidade estima que os consumidores deverão comprar, em média, quatro presentes, de R$ 172 cada. A sondagem indicou que os consumidores da Capital – público entrevistado – estão evitando as aglomerações típicas da véspera da data, já que o percentual dos que afirmaram que deixarão para ir às compras um dia antes ou no próprio dia do Natal correspondem a 8,3%. A pesquisa revelou que a maioria das pessoas, 84,6%, pretende antecipar as compras para a celebração, indo às compras com cerca de quinze dias de antecedência.

O presidente do Sindilojas Poa, Paulo Kruse, o fluxo de pessoas diminuiu em relação aos anos anteriores,mas os preços estão mais altos. “As compras equivalem ao Natal de 2019, mas estão acima de 2020”, conta. Kruse destaca que essa é a semana derradeira e está com expectativa satisfatória. “Queremos vender nesta semana, o que vendemos em um mês”, previu.

A designer Ingrid Trojan disse que está pesquisando preços e presentes há alguns dias. “Neste ano, vou priorizar a compra de produtos pequenos, como itens de perfumaria”, comentou.

Fugindo do tradicional “deixar tudo para última hora”, o aposentado Luiz Fraga da Silva, começou a fazer as compras a partir da segunda quinzena de janeiro. “Hoje estamos comprando o que falta”, explica. Os familiares do aposentado vão receber roupas e calçados. Com essa situação, temos que dar o que é preciso”, entendeu.

A aposentada Lourdes Monteiro disse que neste ano, com o alto preços da manutenção da vida, neste ano o Natal será enxuto. “Sem presentes”, afirmou.