Movimento no comércio de rua e restaurantes segue alto em Porto Alegre

Movimento no comércio de rua e restaurantes segue alto em Porto Alegre

Público confere promoções e queima de estoques feitas pelas lojas

Cláudio Isaías

População, pelo menos, usa máscaras em larga escala

publicidade

O movimento no comércio de rua, centros comerciais e restaurantes de Porto Alegre segue se intensificando nos últimos dias. Nem mesmo o anúncio de medidas por parte dos governos estadual e municipal fez com que os consumidores mudassem seu comportamento. Na manhã desta quarta, tanto na rua dos Andradas quanto na Doutor Flores, o público seguia conferindo as promoções e queima de estoques feitas pelas lojas. As grandes redes continuam a ser os locais preferidos dos consumidores.

Na avenida Assis Brasil, na zona Norte de Porto Alegre, principalmente nas proximidades do shopping Bourbon Wallig, a circulação de pedestres no comércio e nos restaurantes da região, aumentou nos últimos dias, conforme relato dos comerciantes. O ponto positivo é que as pessoas que estavam no Centro Histórico circulavam pela região usando máscara. Além disso, existe um respeito às marcações de distância, que varia entre um e dois metros dentro dos estabelecimentos. 

O Núcleo de Pesquisa do Sindilojas Porto Alegre realizou um levantamento com os lojistas para entender sobre os impactos que novas medidas adotadas pelo governo estadual e municipal trariam para os seus negócios. A grande maioria (71%) suspeita que podem ocorrer novas restrições nas atividades do setor. Para 97,2% deles, essas medidas devem ser parciais, ou seja, quase todos acreditam que não haverá um lockdown.

Ainda assim, caso haja novas restrições, a queda no faturamento deve ser um problema praticamente unânime, enfrentado por 99% dos comerciantes, seguida de demissões (33%) e atraso nas contas da empresa (29%). Também aparecem na lista de impactos possíveis a desistência de contratar temporários (19%), o atraso no pagamento da folha dos funcionários (15%), atraso/negociação do aluguel (15%), entre outros impasses.

O Sindilojas Porto Alegre e outras entidades do varejo lançaram o "Manifesto Atitude Responsável" para conscientizar a população. O documento alerta que "estamos vivendo um momento sem precedentes: todo o Estado ficou, pela primeira vez, em bandeira vermelha. Esse cenário é alarmante para a vida dos cidadãos e para os empregos da Capital".

Os lojistas "pedem que a população não promova nem participe de aglomerações, encontros desnecessários, tais como churrasco com amigos, reuniões com familiares que não moram na mesma residência e rodas de chimarrão. Também é necessário um cuidado redobrado com as festas de fim de ano. Não podemos nos esquecer de sempre utilizar a máscara corretamente, lavar as mãos frequentemente e respeitar o distanciamento social". O texto termina alertando que "Porto Alegre não pode enfrentar as severas consequências da superlotação de leitos e de um eventual lockdown".

Restaurantes

Com respeito às regras de distanciamento, os restaurantes de Porto Alegre têm apresentado um movimento intenso de clientes, principalmente no horário do almoço, nos estabelecimentos localizados na avenida Assis Brasil e Centro. Dentro dos estabelecimentos não havia aglomeração e os funcionários com máscara na modalidade buffet livre realizavam o atendimento do público.

A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel no RS) informou em nota que ainda se recuperando do impacto da pandemia, o setor de alimentação está preocupado com a redução no horário de funcionamento de bares e restaurantes, apresentada pelo governo estadual.

"Desde março, o setor de alimentação vive um período de limitações severas e um quadro de incertezas sobre o futuro. Os reflexos do cenário são identificados na pesquisa da Abrasel no RS que revela que dois terços dos bares e restaurantes gaúchos fecharam o mês de setembro no vermelho. Os dados apontam que 68% das empresas tiveram um faturamento menor em relação ao mesmo período em 2019". 

A entidade estima que as "determinações podem reduzir mais da metade do faturamento de quem opera em dois turnos, além de 19% de seus associados que abrem apenas à noite. Para muitos estabelecimentos, as vendas de jantares são melhores do que as de almoços. Ao diminuir e limitar horários, as empresas são empurradas cada vez mais para o vermelho e representa um risco de falência aos empreendedores". A presidente da Abrasel no RS, Maria Fernanda Tartoni, afirmou que o setor está  cumprindo todos os protocolos e que e fundamental ter mais fiscalização e orientar quem não está respeitando as medidas. 


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895