MP rebate defesa e reitera pedido de condenação dos quatro réus no caso Kiss

MP rebate defesa e reitera pedido de condenação dos quatro réus no caso Kiss

Promotores relataram tentativa de fugir da culpa e alertaram que tragédia de Santa Maria não pode mais se repetir

Correio do Povo

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O 10º dia de julgamento do caso da boate Kiss, nesta sexta-feira, começou com o Ministério Público utilizando o seu tempo de réplica para rebater os argumentos usados pelas defesas dos réus. A sustentação que passou pelas manifestações do advogado Amadeu Weinmann, que atua como assistente de acusação, e dos promotores David Medina e Lúcia Helena Calegari, pediu a condenação dos quatro réus envolvidos no processo. 

Weinmann salientou que a administração da boate Kiss tinha orgulho de estar com a casa superlotada. Para ele, este fator e o não funcionamento de extintores teriam sido decisivos para a morte de 242 pessoas na casa noturna. O uso da espuma foi mencionado pelo advogado, que ainda criticou que o material tenha sido aliado à colocação de cola inflamável. "Isso causou a a grande desgraça na Kiss".

Medina apoiou a sua sustentação em um trecho do depoimento do sobrevivente Delvani Rosso, que detalhou os momentos de pânico na boate e a recuperação depois do incêndio, já que ele teve 50% do corpo queimado. O promotor destacou há uma tentativa dos réus de querer fugir da culpa pelo que aconteceu, colocando apenas o poder público como responsável. "A que ponto nós chegamos: aqueles que colocaram fogo, se isentam da responsabilidade, atribuindo a culpa ao poder público", afirmou. O promotor de justiça disse não acreditar que o réu Mauro Hoffmann não sabia o que acontecia dentro da Kiss. "O pior cego é aquele que não quer ver", resumiu. 

O Ministério Público finalizou o seu período de argumentação no Foro Central com a fala da promotora Lúcia Helena Calegari. Além do tom de voz mais alto, ela fez uso de imagens fortes para sustentar o pedido de condenação dos quatro réus. "Condenem os quatro! Eles têm responsabilidade e não podem passar ilesos! A história não pode ser repetida! Todos nós choramos por Santa Maria, mas não podemos chorar de novo. Se desclassificarem ou absolverem, estarão dizendo: façam, que não dá nada!"


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