Mudança na tabela dos ônibus de Porto Alegre gera confusão e irritação entre os passageiros

Mudança na tabela dos ônibus de Porto Alegre gera confusão e irritação entre os passageiros

Reunião definiu reduzir em 40% o número de viagens dos coletivos

Eduardo Amaral

Mudança na tabela de horário dos ônibus de Porto Alegre gerou confusão e reclamações de usuários do sistema

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A mudança no transporte público de Porto Alegre gerou confusão e irritação entre os passageiros. A decisão de reduzir em 40% o número de viagens dos coletivos em dias úteis foi aceita pela Empresa Pública de Transportes e Circulação (EPTC) e visa minimizar os impactos financeiros que as medidas de isolamento causaram nas empresas de ônibus. O primeiro dia da nova tabela de ônibus foi adotado no domingo, quatro dias após o prefeito Nelson Marchezan Júnior autorizar a retomada das atividades na área da construção civil na cidade.

A medida de reduzir as ofertas de viagem foi proposta pela Associação dos Transportadores de Passageiros de Porto Alegre (ATP), que alega ter uma perda de 72% no número de passageiros. O desejo da ATP era ainda mais radical, já que previa a redução de 99% das viagens a partir das 19h de domingo e 20h em dias úteis. A reunião que definiu o atendimento de 40% da frota foi realizada no sábado.

Em números absolutos, isso representa um impacto em 169 linhas, das quais 31 serão desativadas totalmente. Mais 138 terão alteração nos horários, com parte delas funcionando apenas nos momentos de maior fluxo, entre 5h e 9h e das 16h às 19h.

Para os usuários, a mudança foi recebida com surpresa e pouca informação, o que causou indignação em quem precisava dos ônibus para chegar ao trabalho. Foi o caso da auxiliar administrativa, Cristiane Almerão, 43 anos, que esperou por longos minutos em uma das paradas localizadas em frente ao Mercado Público. Sem qualquer resposta ou informação.

“Eu trabalho em hospital, tenho horário e não tem ônibus”, dizia ela na manhã desta segunda. A espera sem qualquer informação a fez desistir e procurar uma alternativa para minimizar o atraso. “Vou pegar um táxi, o pessoal aqui está desistindo e indo embora”, disse Cristiane.

A lojista Mari Moura, 55 anos, também cansou de esperar por um ônibus que não vinha, e ver uma circulação quase nula de coletivos no Terminal Parobé, no Centro da Capital, desanimou. Sua principal reclamação era quanto a falta de informação, já que não havia qualquer sinalização ou pessoa que pudesse informar aos passageiros sobre as novas tabelas de funcionamento.

“É uma falta de respeito não ter ninguém para avisar a gente, eu estou aqui desde às 10h20min e já são 11h e não passou nenhum ônibus e ninguém fala nada”, afirmou a comerciária.

De acordo com a EPTC, a mudança adotada garante o atendimento, até a meia-noite, dos principais eixos do transporte público. São eles as avenidas Farrapos, Assis Brasil, Baltazar de Oliveira Garcia, Protásio Alves, Bento Gonçalves, Teresópolis, Cavalhada, Juca Batista, Borges de Medeiros, Wenceslau Escobar, Coronel Marcos, Serraria e Ponta Grossa. A orientação é que os usuários procurem por suas linhas através do aplicativo do Cartão TRI, já que as empresas não têm conseguido atualizar as mudanças nas tabelas.

•• Linhas desativadas em dias úteis:

• Consórcio MOB: 4321, 605, 608, 6171, 6172, 6531, M21, M31, M52 e TR61;
• Consórcio Viva Sul: 176, 264, 2682, 2685, 2701, 284, A09, A11, A141, A17, A69, A85, A288;
• Consórcios Mais e Via Leste: 476, A14, A98, A99 e M76;

•• Linhas desativadas aos domingos:

• Consórcio MOB: 4321, 605, 608, 6101, 620, 632, 637, 650, 6531, 654, 661, 662, 7052, 7312, B09, M21, M31 e M52;
• Consórcio Viva Sul: 176, 177, 188, 244, 2441, 264, 2685, 2701, 272, 2733, A288, A09, A11, A141, A17, A85;
• Consórcio Mais: 255, 2572, 2573, 3441, 3442, 347, A348, 349, A360, 375, 3762, 3984;
• Consórcio Via Leste: 429, 433, 4332, 436, 4382, 473, 476, 4923, 525, 6712, A14, A952, A953, A97, A974, A98, A99, A991 e M76.


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