Mulher cuida de mais de 300 animais abandonados nas ruas, em Viamão

Mulher cuida de mais de 300 animais abandonados nas ruas, em Viamão

Há 16 anos, a protetora de animais Maria Eneida abriga cães e gatos vítimas de maus tratos, no sítio onde mora, na região de Águas Claras, em Viamão

Sidney de Jesus

Sítio abriga mais de 300 animais abandonados nas ruas

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Animais abandonados nas ruas é uma realidade cada vez mais presente nos espaços públicos, ainda mais em tempos de pandemia. Há 16 anos, a protetora de animais Maria Eneida, de 57, divide uma parte da sua vida com a família para cuidar de bichos desamparados  ou vítimas de maus tratos, no sítio onde mora, na região de Águas Claras, em Viamão. 

No local, transformado num lar para esses animais, cerca de 300 bichos entre cães e gatos recebem carinho, tratamento e alimentação. Segundo Maria Eneida, todos animais são castrados e vivem em canis e gatis construídos no sítio. “Cuido de animais desde criança. Minha paixão pelos bichinhos vem desde essa época”, lembrou a protetora, que adotou o primeiro animal em 1999. 

Ela recorda que sempre teve gatos até adotar a primeira cachorra, a Drika. “De lá pra cá, eventualmente abrigava um ou outro animal que estava necessitado até ser doado. Quando me dei conta, tínhamos mais de 50 em nossa casa em Gravataí”, revelou Maria Eneida.

Ela conta ainda que a partir disso resolveu se tornar uma protetora de animais. “Em 2005 nos mudamos para o sítio. Desde então me dedico para recuperar  esses bichinhos com muito amor e procurar por pessoas que possam adotá-los”, revelou Eneida, lembrando que  muitos chegam no sítio vítimas de atropelamento, maus tratos ou com alguma doença.

Luta diária 

De acordo com Eneida, o sítio tem um custo mensal acima de R$ 10 mil e a manutenção depende da ajuda de terceiros. “Diariamente os animais consomem mais de 150 quilos de ração. Também temos custos com tratamentos mais específicos”, destacou a protetora, que lembrou que  recebe muita ajuda com doações de todas as formas.

“É uma luta todo o dia. Também temos uma renda que conseguimos através de recicláveis que as pessoas guardam em casa e levam até ponto de coletas. Reciclamos aqui e vendemos como matéria prima para a indústria”, afirmou a protetora, que destacou que dispõe da ajuda de quatro colaboradores no local. 

Doações 

Maria Eneida afirma, no entanto,  que as dificuldades para manter o sítio aumentaram após o incêndio que atingiu o local no último dia 23 de março. “Nenhum animal se feriu no incêndio. Nossa prioridade foi tirá-los dos canis e gatis antes mesmo de tentar conter as chamas”, lembrou a protetora, que busca recursos para saldar os prejuízos causados pelo fogo.

Foto: Alina Souza 

“Ainda não sabemos a causa, mas desconfiamos de uma pane elétrica em alguns dos equipamentos. Independente do que aconteceu, vamos seguir cuidando cada vez mais dos animais e tentar arranjar um lar para eles”, enfatizou. 

Eneida destacou, ainda, que toda a ajuda será bem-vinda. “Precisamos de material de construção para recuperarmos a nossa cozinha, que foi afetada pelo incêndio, e também de ração. Quem quiser ou puder ajudar entre em contato com meu filho Rafael Maciel, pelo telefone (51) 99749-4550”, informou. 


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