Municípios gaúchos não adotam medicamentos no tratamento da Covid-19, afirma Famurs

Municípios gaúchos não adotam medicamentos no tratamento da Covid-19, afirma Famurs

Segundo o presidente da instituição, mesmo que as secretarias de Saúde tenham autonomia, uma decisão sobre o uso depende da prescrição dos médicos

Cláudio Isaías

Ensaio com azitromicina em pacientes graves com Covid-19 não encontrou nenhum benefício

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Os 497 municípios gaúchos não adotaram até o momento medicamentos como azitromicina, hidroxicloroquina ou ivermectina no tratamento da Covid-19. A informação é do presidente da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), Maneco Hassen. Segundo ele, mesmo que cada secretaria municipal de Saúde tenha autonomia, uma decisão sobre o uso dos remédios deve passar pelos médicos.

"Nenhuma prefeitura gaúcha até onde eu sei optou pelo uso de medicamentos para o tratamento precoce do coronavírus”, disse.

O ex-prefeito de Taquari, por dois mandatos, e que fica na presidência da Famurs até o mês de junho, disse na sua cidade, por exemplo, não foi autorizado o uso de medicamentos como cloroquina e azitromicina. "Seguimos os protocolos de segurança e as regras de distanciamento", destacou.

Hassen disse desconhecer que algum dos municípios filiados a entidade tenha distribuído ao longo de 2020 os medicamentos nos postos de saúde ou de casa em casa. "Nas prefeituras gaúchas, não ocorreu a adoção dessa medida", acrescentou      

Na segunda-feira, durante a apresentação das novas diretrizes para o combate ao coronavírus o prefeito Sebastião Melo comentou sobre a disponibilização de medicamentos do “tratamento precoce” à Covid-19. A proposta não tem o apoio, por exemplo, da Organização Mundial da Saúde (OMS) e das Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e Riograndense de Infectologia (Srgi).

O prefeito evitou falar quais seriam os medicamentos -  hidroxicloroquina, azitromicina ou ivermectina. Ele não disse se é a favor ou contra o uso desses remédios, mas enfatizou que a medida vem sendo adotada por diversos municípios. “Se o médico receitar e o paciente concordar, compete ao gestor disponibilizar”, comentou. O gesto de Melo vem de encontro a polêmica da hidroxicloroquina que chegou a ser "receitada" pelo presidente da República, Jair Bolsonaro.

Sebastião Melo afirmou ainda que a rede pública de saúde deve oferecer os produtos e que o seu uso será decidido por um especialista (médico). Não há até o momento, pesquisas que comprovem a eficácia da hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19.  No Brasil, o medicamento recebeu muita divulgação por conta do presidente Jair Bolsonaro e de políticos que tiveram a doença.


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