Nível do Guaíba está 53 centímetros abaixo da média normal

Nível do Guaíba está 53 centímetros abaixo da média normal

O comum, se não houvesse estiagem, seria medir 0,78 metro, segundo informou a Sema

André Malinoski

No final do Arroio Dilúvio, era possível ver bancos de areia, vegetação e lixo acumulado nesta quarta

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A prolongada estiagem e as altas temperaturas verificadas nos últimos dias afetam o Rio Grande do Sul de diferentes maneiras. Além do desconforto causado para as pessoas, as plantações, a pecuária e os rios sofrem com a falta de chuvas prolongadas. Conforme a medição realizada pela Sala de Situação da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), no Cais Mauá, o nível do Guaíba estava em 0,25 metros, na tarde desta quarta-feira. O comum, se não houvesse estiagem, seria medir 0,78 metro. Dessa maneira, o Guaíba já baixou 53 centímetros, o que configura a situação como crítica.

Se depender do clima, o quadro deverá permanecer dessa forma por algum tempo ainda. “É o segundo ano consecutivo de estiagem sobre a influência do efeito climático La Niña. Os últimos 24 meses, em geral, tiveram chuva abaixo da média. Tivemos uma estiagem no ano passado que já causou impactos no Guaíba”, explicou a meteorologista Estael Sias, da Metsul Meteorologia.

“Até o final da semana, a situação vai se agravar muito ainda e o nível do Guaíba deve baixar bastante, podendo chegar a níveis críticos. Na semana que vem, volta a chover nos principais afluentes, mas será chuva de verão. O nível do rio, com a contribuição desses afluentes, vai subir. Porém, ao longo de fevereiro e março, acontecerá outro declínio importante porque a estiagem tende a se agravar no Rio Grande do Sul”, alertou a especialista.

Bancos de areia

No final do Arroio Dilúvio, localizado na avenida Ipiranga, era possível ver, nesta quarta-feira, bancos de areia, vegetação e lixo acumulado onde geralmente antes isso não acontecia. “O nível da água baixou bastante e a sujeira é recorrente. Não vejo muitas alternativas para a melhora desse cenário, porque depende do clima e estamos sofrendo ainda com os efeitos do La Niña”, observou o aposentado Leopoldo Lima, de 73 anos, que caminhava pelo local.

As margens do Guaíba em outras áreas da cidade não evidenciam tanto o problema. Na avenida Guaíba, perto de onde antigamente funcionava o bar Timbuca, não dava para enxergar bancos de areia nesta quarta-feira. Porém, nos dias anteriores, as margens também estavam mais baixas e estendidas para a frente. 


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