Número de internações por Covid-19 em Porto Alegre é o menor em cinco meses
Secretaria Municipal de Saúde reportou 294 infectados em tratamento intensivo no sistema de Saúde da Capital
publicidade
Após cinco meses, o sistema de saúde de Porto Alegre voltou a registrar menos de 300 infectados com a Covid-19 em tratamento nos hospitais da Capital. Na noite desta quinta-feira, conforme o boletim epidemiológico da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), 294 pacientes estão internados em decorrência da doença em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) – o menor número desde o dia 10 de fevereiro deste ano, quando 300 contaminados estavam sob cuidados intensivos.
Existem ainda 23 casos suspeitos em investigação e quatro pessoas aguardam uma vaga, conforme a SMS. Considerando todas as instituições de saúde, a ocupação geral do setor está em 84,51% e vem estabilizada neste patamar desde 27 de junho, quando essa nova queda nas internações se iniciou – eram 377 infectados em tratamento naquele dia.
A redução, se considerando os últimos 30 dias, é ainda mais significativa. Em 8 de junho, 411 contaminados com a doença estavam nos hospitais de Porto Alegre. De lá para cá, esse número baixou em 28,46%. No entanto, as internações seguem superiores se comparadas com outros momentos de menor incidência de internações durante a pandemia da Covid-19, como outubro e novembro de 2020.
Internações pela Covid-19 em UTI:
8 de julho: 294 pacientes
8 de junho: 411 pacientes
8 de maio: 404 pacientes
8 de abril: 738 pacientes
8 de março: 745 pacientes
10 de fevereiro: 300 pacientes
8 de fevereiro: 272 pacientes
Internações em leitos clínicos também caem
O total de pacientes com Covid internados em leitos clínicos também retornou ao patamar de fevereiro, segundo dados da SMS. Nesta quarta, haviam 295 pessoas com diagnóstico positivo para o coronavírus em leitos de enfermaria. É o menor número desde 9 de fevereiro, quando 290 recebiam atendimento na rede da Capital.
No pior momento da pandemia em Porto Alegre, durante o mês de março, esse número chegou a 1.575.
Vacinação
De acordo com a SMS, mais de 64% da população adulta de Porto Alegre já recebeu pelo menos uma dose da vacina. Levando em consideração toda população, são 47,76% os vacinados com uma dose. Ainda segundo a pasta, 35,89% da população adulta está com o esquema vacinal completo.
Nesta sexta-feira, a imunização foi ampliada para pessoas com idade a partir de 37 anos, além de seguir imunizando os demais grupos já liberados na campanha. A vacinação estará disponível em 20 unidades de saúde, das 8h às 17h, e três drive-thrus, das 9h às 17h: Big Barra Shopping Sul, Pucrs e drive híbrido do Shopping Bourbon Wallig, esse último com acesso de carro ou a pé.
Variante Delta pode impactar nas internações
Apesar do patamar positivo em relação ao pior momento da Covid-19 em Porto Alegre, os números atuais ainda seguem elevados. Além disto, o Brasil e o Rio Grande do Sul vivem a ameaça da variante Delta do coronavírus, que está elevando as infecções pelo mundo. Até este momento, São Paulo, Goiás e Rio de Janeiro já comunicaram casos da nova cepa no país.
Embora a Secretaria Estadual de Saúde (SES) não tenha reportado nenhum caso da variante Delta, na avaliação do professor e pesquisador da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Álvaro Kruger Ramos, é uma questão de tempo para a cepa ser tornar predominante no RS. Pensando nisso, ele defende ações educativas e maior conscientização das pessoas para evitar um novo crescimento em internações. No começo deste ano, foi também uma variante - a Gamma - que fez o sistema de saúde da Capital colapsar.
“O controle de transmissão é o mais importante. Deste modo, é possível evitar novas mutações, como a delta plus, que já existe na Índia. No atual estágio, é essencial que se impeça que ela espalhe rapidamente. Ela, naturalmente, vai espalhar. Não é se, mas sim quando ela será predominante no RS e no Brasil”, afirmou o professor. “Porém, enquanto isso demora, estamos vacinando e isso fará com que o vírus avance de maneira mais difícil”, explicou Kruger. “A delta é um risco iminente. O problema é que quando se troca a cepa predominante, é como se o vírus entrasse pelas rachaduras da barreira imunológica de quem já teve a doença e aumente o número de vulneráveis.”