No Brasil, 3,5 mil postos de saúde não têm computador para trabalho

No Brasil, 3,5 mil postos de saúde não têm computador para trabalho

Levantamento foi feito um mês antes do início da pandemia de coronavírus; estabelecimentos com menor acesso a internet são os públicos

AE

Em geral, a pesquisa observou que os estabelecimentos com menor acesso a internet são os públicos, onde 92% possuem computador e 85% acesso a internet

publicidade

Cerca de 3,5 mil Unidades Básicas de Saúde (UBS) não possuíam computadores em fevereiro, um mês antes do início da pandemia de coronavírus no Brasil, indica a 7ª edição da pesquisa TIC Saúde. O estudo foi feito pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), ligado ao Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br). Ele reúne dados sobre uso da internet nos estabelecimentos de saúde no País e foi divulgado na terça-feira.

O levantamento foi realizado entre julho de 2019 e fevereiro de 2020. Em geral, a pesquisa observou que os estabelecimentos com menor acesso a internet são os públicos, onde 92% possuem computador e 85% acesso a internet. Na rede privada, o número de ambos os indicadores é 99%.

A informação dos pacientes também precisa dessa infraestrutura para poder ser registrada eletronicamente. Nesse aspecto, a diferença regional, observada nos indicadores, revela que apenas as Regiões Sul e Sudeste têm mais de 80% dos estabelecimentos com o registro eletrônico de dados.

As UBS's, postos públicos vinculados ao Sistema Único de Saúde (SUS), tiveram um pequeno aumento na informatização em comparação com 2018, totalizando 82% das unidades com conexão de internet. Mas, segundo o estudo, 3,5 mil das UBS ainda não possuem computador e 7,2 mil não tinham acesso à internet. Na pesquisa, foram consideradas 109 mil UBS no Brasil.

A forma como a tecnologia é utilizada também foi analisada Em 2019, cerca de 78% das UBS possuíam sistema eletrônico para registro dos pacientes, um avanço em relação a 2018. "Ainda que o cenário nessas unidades de saúde tenha melhorado, existe uma parcela significativa de UBS sem acesso à internet", disse Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. "Isso é relevante em um momento em que enfrentamos a pandemia e precisamos, mais do que nunca, que esses estabelecimentos estejam conectados".


Mais Lidas

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895