Nova linhagem da Covid-19 de Manaus ainda não foi detectada no RS

Nova linhagem da Covid-19 de Manaus ainda não foi detectada no RS

Doze linhagens estão em circulação no Estado

Taís Teixeira

Cevs reforçou monitoramento da pandemia

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A P.1, nova linhagem da Covid-19 encontrada em Manaus (AM),  ainda não se manifestou no Rio Grande do Sul. A afirmação é possível por meio do boletim genômico elaborado pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) no dia 1º de fevereiro. 

O resultado teve como base a análise de pelo menos 200 amostras,  de indivíduos de ambos os sexos e idade variada (até 86 anos) de 53 municípios diferentes, enviadas pelo Estado à Rede Genômica da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O documento emitido pelo Cevs foi produzido em conjunto com a Fiocruz  e indicou a existência de sete tipos principais de linhagens do novo coronavírus no Brasil (denominadas  B.1, B.1.1.119, B.1.1.28, B.1.1.33,  Outros,  P.1 e P.2) sendo que quatro se manifestaram no Rio Grande do Sul (B.1.1.119, B.1.1.28, Outros e P.2).O Estado tem 12 linhagens em circulação até o momento, número que pode sofrer variação. 

O território gaúcho jpa recebeu 32 pacientes vindos de Manaus, com Covid-19. O primeiro grupo tinha 17 pessoas,  chegou no dia 1º e ficou em hospitais de Porto Alegre e Canoas. O segundo, com 15 enfermos,  veio no dia 2, e foi para Santa Maria. A diretora do Cevs, Cynthia Molina Bastos do Cevs disse que ainda não tem resultados desses pacientes para diagnosticar se estão com essa linhagem, e afirma que “ teoricamente, ela está presente em vários estados". Ela esclarece que ainda não há como prever a gravidade e o poder de contágio da P.1, que é muito resistente. “Por isso, criamos o boletim para acompanhar de perto esse processo”, explica.

A gestora ressalta que não dá para classificar a P.1 como uma cepa, o que não é sinônimo de linhagem e nem de variante. Segundo Cynthia,a definição de uma linhagem acontece a partir de uma combinação de mutações que permanecem ao longo do tempo, situação propícia para surgirem as variantes, que vão se dividindo como se fossem galhos de  uma árvore. “Essas várias variantes são da mesma linhagem porque tem um ancestral em comum”, pontua.  Já a cepa seria uma linhagem diferente, que começa a sair do grupo de origem devido às características muito distintas. São essas especificações que inviabilizam a definição da P.1 como cepa. “ Seria como colocar em uma caixa algo que está em cima do muro”, elucida. Por essa razão, ela prefere classificar como linhagem.  

A diretora destaca que não há um respaldo científico claro sobre o que determina o surgimento de linhagens em diferentes locais geográficos, como ocaso da cepa P.1 que foi diagnosticada em Manaus, mas não está no Rio Grande do Sul.Sobre a linhagem  classificada como “Outros”,  ela relata que é composta por subtipos que ainda não têm características suficientes para formar uma linhagem própria e por isso ficam reunidos em um grupo.


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