Nova rodada de tempestades deve atingir regiões Noroeste e Norte do RS
Chuva forte, granizo e vendavais deverão ser registrados também em estados vizinhos
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Uma nova rodada de tempestades deverá atingir duas regiões do Rio Grande do Sul nesta quinta-feira. Segundo a MetSul Meteorologia, há risco de novos temporais no Noroeste e no Norte do Estado. Este episódio de mau tempo, porém, não deverá atingir as mesmas áreas que foram castigadas na última segunda-feira. Chuva forte, granizo e vendavais poderão ser registrados em solo gaúcho e também em outros territórios do Brasil, o que inclui Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais.
Conforme a MetSul, a nova leva de tempestades terá como origem três sistemas meteorológicos. Dois centros de baixa pressão e uma frente fria. Uma área de baixa pressão se aprofundou nessa terça no Paraguai e no Norte da Argentina. Nesta quinta-feira, este centro de baixa pressão já vai estar sobre o Atlântico, na costa do Rio Grande do Sul.
Haverá ainda o avanço de um ar polar de alta pressão pela América do Sul que vai aprofundar rapidamente outro centro de baixa pressão, este muito mais ao Sul, a dois mil quilômetros a Leste da costa da Patagônia. A partir daí, uma frente fria será impulsionada pelo Sul, o Centro-Oeste, o Sudeste e até o Norte do Brasil. "A frente fria vai avançar com chuva localmente forte a intensa entre o Norte gaúcho e o Paraná, chegando com forte intensidade no Mato Grosso do Sul. O sistema, então, rumará para o Mato Grosso e Rondônia ao mesmo tempo que alcança ainda parte do estado de São Paulo, o Sul de Goiás, e o extremo Oeste de Minas Gerais", salienta a meteorologista Estael Sias.
"O maior risco no avanço da frente, pelo deslocamento em linha e com grande divergência de temperatura entre as massas de ar, será vento. Projeta-se uma alta probabilidade de vendavais, alguns possivelmente severos", observa Estael. "Mesmo a possibilidade de episódios extremos de vento isolados como downbursts ou tornados não pode ser descartada no avanço desta frente", acrescenta.
Na sexta-feira, a frente estará mais enfraquecida, mas ainda avançará mais para Leste no Sudeste do Brasil e vai progredir pelo Acre e o Amazonas, chegando até o Norte do Peru, a Colômbia e áreas mais ao Sul da Venezuela, podendo provocar chuva intensa e tempestades nestes países vizinhos da região amazônica. A frente fria, ao encontrar uma atmosfera aquecida em sua dianteira, e ainda com baixa pressão atmosférica, formará nuvens de grande desenvolvimento vertical, assim carregadas, com chuva localmente forte a torrencial, rajadas de vento fortes a intensas e ainda granizo.
Tempo na quinta-feira
Nesta quinta-feira, com a organização da frente fria, chove na maior parte do Sul do Brasil durante a madrugada e com forte intensidade em muitos locais. As precipitações tendem a ser mais fortes com risco elevados de temporais isolados no começo do dia na Metade Norte gaúcha e nos estados catarinense e paranaense. Na maior parte das cidades, a chuva mais forte ocorre na primeira metade do dia, mas no Paraná haverá ainda pontos com chuva moderada a forte da tarde para a noite.
No Rio Grande do Sul e em muitas áreas de Santa Catarina a partir do Oeste, o tempo melhora no decorrer do dia com o avanço da massa de ar frio de alta pressão com o retorno do sol acompanhado de nuvens e muito frio que estará acompanhado de vento por vezes forte com a advecção de ar polar.
Na Grande Porto Alegre, assolada por tempestade severa na noite de segunda-feira que espalhou destruição pelo vento e o granizo, o tempo muda com chuva na madrugada desta quinta-feira. A chuva pode ser por vezes moderada a forte e com trovoadas. "Os últimos dados aumentaram o risco de temporal na área Metropolitana, mas a probabilidade de repetição de episódio tão grave como o da segunda é difícil", diz Estael.
A chuva pode se estender ao período da manhã, mas o sol reaparece no decorrer do dia, acompanhado de nuvens com o ingresso de uma massa de ar frio. A chegada do ar frio se dará com vento que soprará moderado e por vezes com rajadas fortes que podem ficar entre 50 km/h e 70 km/h, trazendo muito baixa sensação térmica.