"O plástico é bom, quem polui são as pessoas", diz presidente do Simplás

"O plástico é bom, quem polui são as pessoas", diz presidente do Simplás

Jaime Lorandi ressaltou ainda, durante 3º Congresso Brasileiro do Plástico, que o descarte irregular é o principal vilão do meio ambiente

Mauren Xavier

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Será realmente o plástico o vilão da poluição ou será o seu descarte irregular? Essa foi uma das provocações que abriram a programação da 3ª edição do Congresso Brasileiro do Plástico (CBP), realizada nesta terça-feira, no Centro de Eventos da PUCRS, em Porto Alegre. Ao abordar a importância do plástico no dia a dia do mundo, o presidente do Simplás (Sindicato das Indústrias de Material Plástico), Jaime Lorandi, questionou que muitas campanhas têm colocado o plástico como o "vilão" da poluição, quando na verdade isso ocorre por falta de conscientização dos consumidores. "Quem polui são as pessoas que o colocam no lugar errado", sentenciou.

Ao fazer isso, indicou quais seriam os melhores caminhos para reverter o atual panorama, com ações de separação adequada dos resíduos, a destinação limpa desses plásticos. "O plástico tem que deixar de ser lixo e ser visto como matéria-prima", ressaltou. Com este pensamento, há o início da economia circular, em que a matéria-prima é utilizada para criar novos produtos, sem representar um desperdício. 

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Dentro desse conceito, lembrou que o plástico está relacionado a grandes avanços, como o aumento do índice de qualidade de vida da população, a redução no desperdício de alimentos, assim como seu armazenamento, colabora nas condições de saneamento, no vestuário, nas residências, no transporte, e, assim, por diante. "O plástico é bom, quem polui são as pessoas", enfatizou.

O congresso também discutiu outros aspectos relacionados à cadeia do plástico na sociedade, como o painel que foi voltado ao ciclo consciente do plástico reciclável, coordenado pela diretora da área de Reciclagem e Plataforma Wecycle, da Braskem, Fabiana Quiroga Garbin, e a presença dos plásticos nos mares, tema debatido pelo professor do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (IOUSP), Alexander Turra.

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Outro destaque da programação foi o projeto social Tampinha Legal, que promove o recolhimento de tampinhas de plástico do meio ambiente e a reinsere no ciclo de reciclagem, promovendo sustentabilidade e geração de economia. Segundo o presidente do Instituto Sustenplást, Alfredo Schmitt, essa é uma iniciativa que fomenta a economia circular. "São retiradas tampas do meio ambiente, elas passam por entidades assistenciais, depois vão para a indústria, para reciclagem, e acabam voltando para a indústria. Isso não pode ser encarado como lixo, mas como matéria-prima. Temos que ter outro olhar". 

O evento bianual é promovido pelo Instituto SustenPlást em parceria com o Sinplast - Sindicato das Indústrias de Material Plástico no Estado do RS, pelo Simplás, e pelo Simplavi - Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Vale dos Vinhedos. 

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