OAB-RS pede reabertura do Judiciário e retomada dos prazos dos processos físicos

OAB-RS pede reabertura do Judiciário e retomada dos prazos dos processos físicos

Mais de dois milhões de processos judiciais estão parados no Estado

Taís Teixeira

Breier afirmou que mais de dois milhões de documentos físicos estão paralisados há mais de um ano

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A Ordem dos Advogados do Brasil do Rio Grande do Sul (OAB-RS)  promoveu um ato online para pedir a reabertura dos fóruns e a retomada na Justiça do Estado dos prazos dos processos físicos, que são mais de 60%. Com os fóruns fechados, os advogados não têm acesso às ações constituídas em papel.

O evento ocorreu nesta segunda-feira com transmissão pelo canal da OAB-RS no YouTube e teve mais de mil participantes conectados, entre advogados, políticos, representantes do Judiciário e de entidades de classe. O pleito foi encaminhado ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

O presidente da OAB-RS, Ricardo Breier, disse que mais de dois milhões de processos físicos estão paralisados há mais de um ano. Para ele, a falta de acesso ao Poder Judiciário causa um agravo exponencial à vida de milhares de pessoas em todas as áreas da seara civil e que, por isso, é urgente o retorno ao atendimento presencial e o fim da suspensão dos prazos de documentos físicos.

Breier classificou a situação como “preocupante e trágica”, o que impulsiona a entidade a pedir avanços e mudanças na orientação administrativa do Tribunal de Justiça do RS. “A advocacia é a voz da cidadania e necessita trabalhar, não apenas como forma constitucional de sua atividade essencial à Justiça, mas do próprio provento econômico alimentar como base da subsistência humana”, declarou.

O ex-presidente da OAB Nacional, Claudio Lamachia, enfatiza que a realidade gaúcha  é diversa de muitos estados brasileiros devido ao expressivo número de processos físicos. Lamachia entende que a Justiça é um segmento essencial, já que é onde as pessoas físicas e as empresas “batem às suas portas para buscar os seus bens mais  valiosos, e até a própria vida”.

Ele ainda endossa o discurso de Breier, que questiona quais seriam os motivos que permitem a abertura de bares, restaurantes, academias, comércio, indústria. “O que justifica que estejam funcionando os poderes legislativo e executivo e o Judiciário esteja parado há mais de um ano?”, indagou.


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