Ocupação de UTIs no RS volta a subir, com 1.428 internados

Ocupação de UTIs no RS volta a subir, com 1.428 internados

Taxa chegou a 69,4% e médicos informa aumento no fluxo de internações

Felipe Samuel

Região Metropolitana segue trabalhando para evitar falta de vagas

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A taxa de ocupação de leitos de UTI adulto no Rio Grande do Sul voltou a subir nesta segunda-feira e atingiu 69,4%, alta de 0,2% em relação ao dia anterior. De um total de 2.058 leitos, 1.428 estavam ocupados. Na Capital e na Região Metropolitana, hospitais vêm registrando maior fluxo de pacientes internados em função da Covid-19.

O aumento por demanda de leitos de UTI no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), nas últimas duas semanas, principalmente por pacientes confirmados ou com suspeita de contrair o novo coronavírus, reflete o descumprimento das medidas de distanciamento controlado por uma parcela da população.

Na Capital, a taxa de ocupação de leitos de UTI, na semana passada, se manteve, em média, acima de 80% da capacidade total. Referência no tratamento da Covid-19, o HCPA ampliou para 51 o número de leitos de CTI destinados a esses pacientes. O setor contabilizava 48 enfermos confirmados ou suspeitos do novo coronavírus. Diretor médico do Clínicas, Milton Berger explica que houve "nítida aceleração" de casos nas últimas duas semanas, o que se revela no fluxo maior de pacientes que necessitam de leitos de CTI. "Havia relativa estabilidade, mas curva da doença ficou alta e a demanda por pacientes críticos aumentou", observa.

De acordo com Berger, a maior velocidade de propagação da doença na comunidade, com mais pessoas entrando em contato com vírus, se reflete no aumento das internações de pacientes em estado grave. Ele alerta para necessidade de a população cumprir com as medidas de distanciamento social e de restrição de mobilidade. "São cruciais para que se enfrente a epidemia de maneira adequada, diminua a velocidade de propagação na comunidade e o número de pessoas infectadas ao mesmo tempo", destaca.

Berger explica que mesmo os pacientes que não estão internados na CTI exigem cuidados semelhantes àqueles diagnosticados com Covid. Por conta disso, reforça o apelo à população para atender às recomendações das autoridades de saúde e evitar o colapso da rede hospitalar. "Vamos contar com mais 20 leitos para ajudar a comunidade a enfrentar esse problema. Essa é uma parte do enfrentamento, a outra é a comunidade se conscientizar de que a atitude das pessoas é decisiva no manejo dessa epidemia", completa.

Considerado retaguarda para a Região Metropolitana, o Hospital Universitário de Canoas também contabilizou aumento de demanda por leitos de CTI. Chefe da CTI, Diego da Rosa Miltersteiner afirma que na última semana houve ocupação total dos 15 leitos destinados a pacientes com Covid-19. Apenas na segunda a CTI voltou a contar com um leito liberado.

Miltersteiner explica que, em média, a CTI recebia um paciente por dia, mas na semana anterior a demanda por leitos aumentou e extrapolou as condições de atendimento da CTI. "Recebemos pacientes de vários locais, o que acabou obrigando pacientes de Canoas a buscar atendimento em outros municípios. Em três meses nunca vimos isso", destaca. Ele reforça que atualmente o sistema de saúde enfrenta dificuldades. "Já e insuficiente no momento que temos que encaminhar para outros locais. Extrapolamos nossa capacidade de atendimento", justifica.


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