Operação revela que nove propriedades desmataram 56 hectares de Mata Atlântica no RS

Operação revela que nove propriedades desmataram 56 hectares de Mata Atlântica no RS

Multas podem chegar a R$ 650 mil

Laura Gross / Rádio Guaíba

Operação revela que nove propriedades desmataram 56 hectares de Mata Atlântica no RS

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Fiscais da Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Sema) e da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) constataram desmatamento de 56 hectares de Mata Atlântica no Rio Grande do Sul. A área degradada é equivalente ao tamanho de 78 campos de futebol. Realizada simultaneamente em 15 estados, a operação inédita ocorreu em 11 e 12 de setembro, com o objetivo de combater o desmatamento do bioma.

As irregularidades foram apuradas pela Operação Mata Atlântica em Pé, coordenada pelo Ministério Público Estadual (MP-RS), com o apoio do Ibama, do Comando Ambiental da Brigada Militar e da Fundação SOS Mata Atlântica, que monitorou o desmatamento por meio de imagens via satélite. Nove técnicos da Sema e da Fepam foram a campo confirmar as informações.

Os agentes comprovaram a supressão irregular em nove propriedades nos municípios de Encantado, Guaporé, Nova Alvorada, Arvorezinha e Vista Alegre do Prata. Também foram realizadas ações em Bento Gonçalves e Caxias do Sul, onde não foram verificadas irregularidades.

Nove proprietários rurais vão ser autuados por destruição da vegetação nativa. Três consultores ambientais também terão de pagar multa por elaboração de laudo técnico com informação enganosa.

Em relatório preliminar, a Sema e a Fepam estimaram que os autos de infração totalizem cerca de R$ 650 mil. As áreas desmatadas foram embargadas e os responsáveis orientados a promover a reparação do dano ambiental.

Entre 2016 e 2017, o desmatamento da Mata Atlântida no Rio Grande do Sul teve queda de 18% em relação ao período anterior. Atualmente, o Rio Grande do Sul preserva 13% dos remanescentes florestais da Mata Atlântica. A supressão só é permitida com a vegetação em estágio inicial de crescimento ou em estágio intermediário, com limite de dois hectares para casos de subsistência de pequenos produtores.

De acordo com especialistas, o desmatamento irregular da vegetação nativa provoca desequilíbrio de ecossistemas, perda da biodiversidade, impactos na fauna e flora local e danos em recursos hídricos, entre outros prejuízos ao meio ambiente.

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