Países descobrem qualidade do vinho nacional

Países descobrem qualidade do vinho nacional

Em 2014, Brasil exportou quase 10 milhões de dólares da bebida

Mauren Xavier

Brasil exportou, em 2014, quase 10 milhões de dólares em espumantes e vinhos. Reino Unido e Paraguai lideraram ranking das exportações

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As exportações brasileiras de vinhos finos, incluindo espumantes, superaram as expectativas no ano passado. Em valor, o aumento foi de 83,7%, com destaque para os espumantes, que sozinhos conquistaram alta de 127%. Ao todo, foram exportados quase 10 milhões de dólares em vinhos e espumantes. O crescimento não foi por acaso, mas resultante de diversas iniciativas para potencializar a presença dos vinhos e de espumantes nos outros países.

Merece destaque o trabalho realizado especialmente no Reino Unido, que lidera as exportações em valor. O Brasil firmou um acordo, em 2013, com grandes varejistas neste país. Isso fez com que houvesse um crescimento de 422% nas exportações entre 2013 e 2014, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Além do Reino Unido, os países que mais compraram produtos brasileiros, em total de valores, foram Bélgica, Paraguai, Holanda e Alemanha.

Em litros, as exportações atingiram crescimento de 74,8% no ano passado, na comparação com 2013. O país que mais recebeu o produto brasileiro foi o vizinho Paraguai, com mais de 508 mil litros, sendo seguido pelo Reino Unido e pela Bélgica. O Brasil conseguiu exportar ainda, apesar do volume pequeno, para a Argentina. Outro fator que potencializou as exportações foi a categoria vinho fino. Após a realização da Copa do Mundo, em junho e julho do ano passado, houve um crescimento na procura pelos produtos. “Trouxe uma exposição muito grande. Esperamos repetir o sucesso nos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016”, projeta o presidente do Ibravin, Moacir Mazzarollo.

Por outro lado, as uvas, os sucos e os vinhos a granel não tiveram bom resultado. A redução ocorreu principalmente porque o setor não contou com o benefício do Programa de Escoamento da Produção, como ocorreu em 2013. Na importação, os maiores vendedores de vinho para o Brasil são o Chile, com 35,6 milhões de litros; Argentina, com 14,2 milhões; Portugal, com 9,8 milhões; e a Itália, com 9,7 milhões.

Serra gaúcha é a Capital do Vinho

A serra gaúcha é considerada a Capital Nacional do Vinho. Foi na região que milhares de imigrantes europeus se instalaram e a uva ganhou espaço especial. Segundo o Ibravin, em 2014 foram retirados mais de 581 milhões de quilos de uva das parreiras, que compõem a paisagem da região. Para se ter uma dimensão, a Serra conta com quase 33 mil hectares de vinhedos, representando mais de 80% de toda a área destinada à produção do Estado.

De acordo com o Cadastro Vitícola do Rio Grande do Sul, são 12 mil propriedades, distribuídas por 19 municípios. O destaque fica com a cidade de Bento Gonçalves, que dispõe da maior área para esta finalidade.

Há algumas particularidades entre os produtores na região serrana. A maioria das propriedades é minifúndio (pequenas áreas) e contam com a mão de obra familiar. A variedade de uvas plantadas é outro diferencial. As principais são merlot, cabernet sauvignon, tannat, pinot noir e cabernet franc. Mas novas uvas também estão ganhando espaço, como é o caso da Moscato Bianco, Chardonnay e Riesling Itálico.

Do total da uva cultivada na região, 54 milhões de quilos foram destinados a vitis viniferas, que é utilizada na produção de vinhos e espumantes. Já os outros 528 milhões de quilos foram de uvas híbridas e americanas. Este tipo é usado para a produção de vinhos de mesa e derivados. A produção também é grande na região. No ano passado foram elaborados 192 milhões de litros de vinho de mesa e outros 34 milhões de litros de vinhos finos. Já o suco totalizou 110 milhões de litros e 29 milhões de quilos de suco concentrado no ano passado.



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