Painel auxilia empresários no processo de recuperação judicial das empresas familiares

Painel auxilia empresários no processo de recuperação judicial das empresas familiares

Evento organizado pela Federasul ocorreu nesta quinta-feira

Cláudio Isaías

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O empresário precisa buscar, dentro da sua estrutura familiar ou do conselho da empresa, identificar os problemas e encontrar as soluções consistentes para a gestão dos negócio para conseguir ajuizar um processo de recuperação judicial com plano de saída da crise. A avaliação foi feita pelo advogado Roberto Martins, que nesta quinta-feira participou do Meeting Jurídico da Federasul. O evento abordou a recuperação judicial das empresas familiares. "É preciso um plano de longo prazo para sair da crise e os empresários precisam antever os problemas das empresas", destacou.

Para Martins, a recuperação judicial é uma notícia triste para alguns empresários. No entanto, o advogado afirma que ela é, sim, uma ferramenta jurídica muito interessante para empresas viáveis, que não estão em um nível de estresse na relação com trabalhadores, fornecedores e financiadores e possuem uma gestão organizada. "A trajetória de crise não é da noite para o dia. Sabemos que existem empresas em crise há cinco anos e que foram dilapidando o patrimônio ao entregarem os ativos para credores ou financiadores para amenizar a crise", explicou.  

Segundo Martins, quando se entra em um processo de recuperação judicial não se tem credibilidade junto aos credores e funcionários. Ainda conforme ele, para se evitar todo esse desgaste é necessário que a empresa, o quanto antes, faça um planejamento de médio e longo prazo consistente que seja de fácil execução.

A juíza Giovana Farenzena, titular da Vara de Direito Empresarial, Recuperação de Empresas e Falências de Porto Alegre, disse que para as empresas as medidas de combate a pandemia do novo coronavírus acarretaram uma queda dramática no volume de negócios e uma redução repentina do faturamento. "Os empresários estão tentando adaptar seus negócios buscando reconfigurar a relação com clientes, fornecedores e funcionários e instituições financeiras", acrescentou.

O evento contou com as participações do administrador judicial, Rafael Brizola e a advogada Letícia Batistella. O debate teve mediação da coordenadora da Comissão Permanente de Recuperação de Empresas da Divisão Jurídica da Federasul, Ângela Paim. 

Segundo dados do IBGE, 90% das empresas brasileiras possuem perfil familiar. Além disso, são responsáveis pela formação de 65% do Produto Interno Bruto (PIB) e empregam 75% dos trabalhadores no Brasil. Com a pandemia da Covid-19 e a interrupção de uma série de atividades econômicas, muitas empresas tiveram suas atividades encerradas


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