Palco giratório Sesc leva melancolia e ruptura de paradigmas ao espelho d’água da Redenção

Palco giratório Sesc leva melancolia e ruptura de paradigmas ao espelho d’água da Redenção

Apresentação artística aconteceu na manhã deste domingo

Taís Teixeira

Espetáculo aconteceu na manhã deste domingo, na Redenção

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Quem estava no Parque da Redenção no fim da manhã de domingo acompanhou a apresentação artística denominada A Piscina, do grupo Geda Cia de Dança, no Espelho d’água que fica na região central do parque. Os bailarinos, vestidos com maiôs,  tocas e óculos de natação,  coreografaram  com boias e outros objetos em torno do espaço, com movimentos que misturavam sutileza e vibração.

O final surpreendeu o público, quando os artistas entraram no espelho d’água, caminharam e dançaram deitados em boias. A assistente comercial, Milena Damian, que costuma caminhar domingo de manhã na Redenção, conta que ficou perplexa com a história contada por meio da arte. “Eu nunca imaginei que o espelho tivesse sido uma piscina olímpica”, comentou, admirada.

A diretora do Geda Cia de Dança e idealizadora da apresentação,Maria Waleska Van Helden, disse que A Piscina é representação artística do passado  do espelho d’água. “ Esse local foi uma piscina olímpica aberta a toda população, mas que devido a um acidente, virou um espelho d’água”, contou. Para isso, usou elementos cênicos que transmitisse melancolia e ruptura de paradigmas. “ O  acontecimento triste que causou o fim da piscina  é a melancolia e a ruptura acontece quando o grupo entra no espaço”, explica.

A coordenadora de Artes Cênicas e Visuais do Sesc, Jane Schoninger, reitera que essas performances têm o objetivo de abordar grandes temas e discussões sociais. “É a construção pluriativa que reforça sempre a importância da continuidade e resistência dos grupos de artes cênicas no Brasil, que por meio da arte, resgatam  histórias”, ressalta.

O ensaio acadêmico “Parque Farroupilha_ Ensaio sobre a evolução do projeto paisagístico”, de Ana Maria Germani, da Faculdade de Arquitetura, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), relata uma parte da história do espelho d’água. Segundo o trabalho, após a decisão de estabelecer um sistema orgânico de Praças de Parques na área do Parque da Redenção, em 1939, foram construídos os Estádio Ramiro Souto e o espelho d’água do eixo central do Parque, que foi adaptado com dimensões olímpicas em 1942, onde ocorreram várias competições.“Essa piscina, foi aterrada na gestão do prefeito Célio Marques Fernandes (1967), após um acidente fatal com uma criança, que nela se afogou, voltando a ser um espelho d’água”, (GERMANI, 2002).

O Palco Giratório Sesc vai até 16 de outubro, com atividades presenciais e on-lines, disponíveis neste link.


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