Pelo menos um terço dos bares e restaurantes não voltarão a funcionar, diz presidente da Abrasel-RS

Pelo menos um terço dos bares e restaurantes não voltarão a funcionar, diz presidente da Abrasel-RS

Crise no combate ao novo coronavírus afetou o setor que busca alternativas para o atual momento

Gabriel Guedes

Setor de bares e restaurantes é um dos mais impactado pela crise do combate ao novo coronavírus

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O setor de bares e restaurantes é um dos mais impactado pela crise, em decorrência das medidas sanitárias aplicadas, no combate ao novo coronavírus. A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes - Seccional RS (Abrasel-RS) tem cerca de 400 associados. Destes, segundo a presidente do Conselho de Administração da entidade, Maria Fernanda Tartoni, mais de 130 estabelecimentos poderão fechar as portas. 

O que corresponde a ⅓ dos associados, com base em dados do levantamento feito pela associação. “Alguns estabelecimentos estão com faturamento zero há mais de 40 dias. Mas é uma situação emergencial, porque a priori, há possibilidade de volta ao funcionamento a partir de 31 de maio”, contou.

Alternativas

A solução que a maioria dos empresários do ramo encontra, segundo Maria Fernanda, é operar com tele-entrega e retirada em balcão. Uma forma que é insuficiente para manter o negócio funcionando de forma adequada, conforme Maria. 

No seu restaurante, na avenida Nova York, bairro Auxiliadora, em Porto Alegre, a receita obtida com esta operação corresponde apenas 15% do resultado com a abertura normal. “Estamos trabalhando para sobreviver e para chegar ao final. Este ano o que temos em mente é passar por isso da forma mais ilesa possível”, planejou.

Entretanto, segundo a presidente da entidade, há situações ainda piores no segmento. “Restaurantes de shoppings não têm nem essa opção (da tele-entrega ou retirada)”, revelou.

Além da readequação das operações, os estabelecimentos têm realizado manobras, como suspensão de contrato e a adesão à medida provisória (MP) da crise, que são válidas por 60 dias. “E estes dias estão se encaminhando para o final e não temos previsão de retorno para o trabalho”, informou. 

Projeções

Há também proprietários de restaurantes utilizando empréstimos para pagamento de algum resquício de salário, além de promover a renegociação com locatários de imóveis e fornecedores que, segundo Maria Fernanda, “seguem na mesma situação que a gente”.

Uma saída pode ser a antecipação da abertura para meados deste mês. “Mas vamos ver a curva de contágio, com fica”, disse. Entretanto, até isso acontecer, a empresária afirmou que ela e muitos de seus colegas de setor estão vivendo um momento introspectivo. “É de se pensar, porque não sabemos como será pela frente”. 

O retorno é algo visto com certo ceticismo, até porque não se sabe nada que seja efetivo e o quanto ainda irá demorar, de acordo com Maria Fernanda. “Aqueles que conseguirem voltar, terão que se preparar para um novo consumidor que irá surgir”, acreditou. 

Este novo consumidor será mais rigoroso com a higiene e criterioso nas suas escolhas. “Também terá um critério financeiro também. Muitos perderam o poder aquisitivo. Vai ter uma demanda menor de clientes”, estimou. “Não sabemos se vai voltar aos patamares de antes”, concluiu.


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