Permissionários servem de massa de manobra política, afirma secretário

Permissionários servem de massa de manobra política, afirma secretário

Thiago Ribeiro, titular de Parcerias Estratégicas, disse que agentes políticos interferem nas discussões de concessão do Mercado Público

Henrique Massaro

Secretário disse que concessão não se trata de privatização

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O secretário de Parcerias Estratégicas de Porto Alegre, Thiago Ribeiro, disse que parte dos permissionários do Mercado Público servem de “massa de manobra política”. Após a audiência pública que debateu o modelo de concessão do estabelecimento para a iniciativa privada nesta quarta-feira, no auditório Araújo Vianna, o titular da pasta afirmou que os comerciantes têm se referido ao modelo proposto pela prefeitura como uma privatização devido a agentes que fazem uso político de processos como esse.

O termo privatização, conforme o secretário, é usado de forma equivocada para se referir à concessão. “Se privatizássemos o Mercado, a empresa nunca seria obrigada a devolver a gestão caso não estivesse fazendo algo de acordo com o contrato. Um contrato de concessão de 20, 30 anos, a qualquer momento pode ser interrompido pelo poder público”, disse Ribeiro, ao explicar que o parceiro privado precisará respeitar uma série de características e que será fiscalizado pela prefeitura.

A definição do processo como privatização, na visão do secretário, não parte dos permissionários, mas de “corrupções conceituais feitas por agentes políticos que tentam usar o tema privatização para angariar votos”. Durante a audiência pública, alguns políticos se manifestaram fortemente contra a concessão do Mercado Público proposta pela prefeitura, como a deputada estadual Sofia Cavedon (PT) e os vereadores Adeli Sell (PT) e Mauro Zacher (PDT), que disse esperar pela exoneração do titular de Parcerias Estratégicas. “Tu não tens a menor ideia do que é Porto Alegre”, disse Zacher a Ribeiro, que é de São Paulo e foi trazido pela gestão municipal pela experiência nesse tipo de modelo de concessão.

Para o secretário, não é tão relevante como a modelagem será chamada, pois o importante é o que estará disposto em contrato. “Lamento que a grande maioria dos permissionários, até por uma questão de não ter acesso a todo o material que está no nosso site, se deixe levar por esse discurso, porque no final das contas eles nada mais são do que massa de manobra política dessas pessoas interessadas em votos para se elegerem no ano que vem”, afirmou. Segundo Ribeiro, esse discurso nasce de questões ideológicas e está presente sempre que se fala em qualquer tipo de concessão.


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