Pesquisa para estimar o número de infectados pela Covid-19 segue no final de semana no RS

Pesquisa para estimar o número de infectados pela Covid-19 segue no final de semana no RS

Pesquisadores farão testes rápidos em Porto Alegre, Canoas, Caxias do Sul, Ijuí, Passo Fundo, Pelotas, Santa Cruz do Sul, Santa Maria e Uruguaiana

Correio do Povo

Pesquisadores estão realizando testes rápidos para detectar a Covid-19 em moradores de nove cidades gaúchas

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A quarta fase da pesquisa que busca estimar o número de pessoas que já se infectaram com o novo coronavírus no Rio Grande do Sul acontece neste final de semana e segunda-feira em Porto Alegre, Canoas, Caxias do Sul, Ijuí, Passo Fundo, Pelotas, Santa Cruz do Sul, Santa Maria e Uruguaiana. O estudo pioneiro, envolvendo a aplicação de 4,5 mil testes rápidos e questionários com moradores, é conduzido pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), sob encomenda do Governo do Estado.

O objetivo é mapear os casos de novo coronavírus e acompanhar a cada 15 dias a velocidade do contágio na população gaúcha. Em cada cidade são visitados cerca de 500 domicílios sorteados aleatoriamente. O trabalho mobiliza uma rede de 12 instituições de ensino superior públicas e privadas.

“Inicialmente, a rodada deste fim de semana seria a última, mas já definimos com o Governo do Estado a ampliação do estudo. Falta somente acertar quantas serão as etapas a mais e as datas”, revelou o reitor da UFPel e coordenador geral do estudo, Pedro Hallal.

Em Porto Alegre, os entrevistadores dividiram-se em 25 equipes que percorrem domicílios em 50 setores, estabelecidos conforme o IBGE, em todas as regiões da cidade. Integrante da comissão organizadora local, a professora Helena Schirmer, coordenadora do Curso de Biomedicina da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), explicou na manhã deste sábado que o procedimento nesta quarta fase é o mesmo em relação às anteriores, mudando apenas os domicílios pesquisados nos mesmos setores já visitados.

“O objetivo é avaliar a disseminação. A nossa hipótese no momento é de uma tendência no aumento de casos positivos uma vez que se observa maior circulação de pessoas pela cidade”, resumiu.

Nenhum incidente tem sido registrado, como por exemplo agressões a entrevistadores verificadas em outros estados. Segundo a professora Helena Schirmer, a primeira fase apresentou uma “dificuldade maior”, referindo-se às recusas das pessoas dos domicílios visitados e dificuldade em localizar alguns endereços.

Segundo Helena, o trabalho tem muitas vezes obtido apoio de agentes comunitários da saúde, o que facilita o acesso aos setores e aplicação do questionário e do teste. “Nos bairros da periferia, com a ajuda dos agentes comunitários o acesso é mais fácil”, observou.

Todos os entrevistadores, profissionais e universitários voluntários da área de saúde, têm cartão de identificação do estudo e utilizam equipamentos de proteção individual como máscaras descartáveis, jalecos e sapatilhas descartáveis, luvas e óculos de proteção. Em função do período de chuvas na Capital, ela lembrou que a pesquisa foi antecipada na sexta-feira e talvez não seja preciso prosseguir na segunda-feira.

Na terceira fase do levantamento, realizada entre 9 e 11 de maio, 0,22% das pessoas testadas apresentaram resultado positivo nas cidades que foram alvo do estudo no RS. Na primeira fase, há cerca de 45 dias, esse número era de 0,05%.

Conforme a UFPel e Governo do Estado, os dados mais recentes estimam que, para cada caso notificado, existem nove não contabilizados pelas estatísticas oficiais. “É fundamental que as pessoas recebam os entrevistadores e participem da pesquisa. Somente com essa colaboração o estudo poderá ter resultados precisos e colaborar com evidências científicas para estratégias de enfrentamento da pandemia”, declarou a epidemiologista Mariângela Freitas Silveira, integrante da coordenação do estudo. Os resultados serão divulgados na próxima semana.


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