Pessoas em situação de rua em Porto Alegre recebem auxílios para evitar a Covid-19
A Fundação de Assistência Social e Cidadania ampliou a oferta dos serviços durante a pandemia
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Além do perigo da violência, as pessoas em situação de rua em Porto Alegre precisam se proteger também da pandemia da Covid-19. Quem circula pelo Centro Histórico, local preferido de grande parte desses homens e mulheres em situação de vulnerabilidade social, e nos bairros Bom Fim, Praia de Belas e Menino Deus, percebe que em tempos de pandemia eles têm buscado alternativas para se proteger contra a doença.
Na manhã desta quarta-feira, próximo das 9h, muitos deles estavam dormindo aglomeradas no chão do terminal da praça Parobé, em uma praça em frente ao Grêmio Náutico Gaúcho, na avenida Praia de Belas e nas proximidades da Rótula do Papa, no bairro Azenha. No entanto, a maioria vive no entorno do Centro Histórico, em locais como a Praça da Alfândega, Estação Rodoviária, terminal da Praça Parobé e embaixo de marquises de bancos e lojas nas ruas dos Andradas e Uruguai e nas avenidas Borges de Medeiros e Salgado Filho.
No terminal da Praça Parobé, Paulo Martins, 58 anos, disse que sabe da necessidade de prevenção contra o coronavírus. Ele utiliza uma máscara, que segundo ele, foi repassada por um voluntário de uma ONG. Ele afirmou que possui um estoque de máscaras doadas por esses voluntários, álcool em gel, cobertas e comida.
Já Hélio Ferreira, que estava na Praça da Alfândega, afirmou que utiliza os equipamentos de proteção individual (EPIs) ao percorrer as ruas do Centro Histórico. "Estou sempre circulando de máscara em busca de materiais para a reciclagem", ressaltou. Ele diz ter recebido máscaras e comida de um grupo de voluntários que circula à noite pela região do Centro.
A Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc) informou que as equipes de Abordagem Social e Consultório na Rua seguem acompanhando sistematicamente as pessoas em situação de rua. Entre as medidas da assistência social para essa população estão a ampliação das vagas em abrigos - de 238 para 495 vagas, a disponibilização de 320 auxílios moradia, neste momento de pandemia, e a ampliação de 60 vagas nos Centro POP I e Centro POP II para higienização e alimentação da população em situação de rua - atualmente com 280 vagas.
A fundação oferece espaços de cuidado com oferta de banho, distribuição de quentinhas e orientações. Os serviços estão em funcionamento em sete diferentes regiões da cidade com capacidade para 260 atendimentos/dia. O programa Prato Alegre oferece 700 refeições por dia na Capital, 100 refeições na unidade na Cruzeiro, 100 na unidade da Restinga, 100 na Lomba do Pinheiro e 400 no Centro. A Fasc oferece ainda 54 vagas em hotéis e pensões durante a pandemia e 24 vagas em casa de passagem para imigrante.