População relata insegurança e abandono de viaduto de Porto Alegre

População relata insegurança e abandono de viaduto de Porto Alegre

Lixo, pichações e depredações criam o ambiente perfeito para a atuação de criminosos

Felipe Samuel

Lixo, pichações e depredações criam o ambiente perfeito para a atuação de criminosos

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A falta de segurança e a iluminação precária no viaduto Jorge Alberto Mendes Ribeiro, na rótula das avenidas Carlos Gomes e Protásio Alves, atingem milhares de usuários de transporte público na região Norte. Há pelo menos uma semana, moradores e trabalhadores que precisam acessar as estações Carlos Gomes e Protásio Alves reclamam da falta de luz constante nos terminais.

Transitar pelas dependências do viaduto, que também dá acesso à estação da Terceira Perimetral, é verdadeiro desafio a usuários, que precisam conviver com a sujeira e a escuridão que tomam conta do lugar. Se na parte superior do viaduto, na rótula da Carlos Gomes com a Protásio, os usuários ainda contam com luz parcial, no piso debaixo é que se revela o descaso do poder público.

Lixo por todos os lados, pichações, depredações e elevadores e escadas rolantes inoperantes criam o ambiente perfeito para a atuação de criminosos. Medo e insegurança são os principais termos utilizados pelos usuários para retratar as dificuldades enfrentadas diariamente para chegar ao trabalho ou se deslocar a outros lugares da Região Metropolitana.

Atendente de nutrição, Elisa Souto, 36, afirma que os problemas de infraestrutura do viaduto são recorrentes. "Há pelo menos uma semana notei falta de luz nos terminais. As escadas rolantes e elevadores eu nunca vi funcionar. Um deficiente jamais vai conseguir subir até o último piso", observa. Com residência próxima à estação, Elisa aguarda ônibus todos os dias à noite para ir ao trabalho, no Hospital de Clínicas.

Em meio à escuridão das paradas, os usuários são obrigados a buscar os poucos pontos de luz provenientes de prédios e estabelecimentos comerciais que cercam o local. "É perigoso ficar esperando ônibus aqui na parada. Apesar do movimento, às vezes o meu namorado me acompanha. É um descaso muito grande com a população", critica.



Vendedor em uma loja do Porto Alegre Airport - Aeroporto Internacional Salgado Filho, Elizeu Roberto Bezerra, 24, acessa o viaduto para chegar à estação da Terceira Perimetral e pegar o T11. Bezerra lembra que nunca foi assaltado, mas 'conta com a sorte todos os dias' para encarar a falta de luz no local. "É uma situação bem complicada que enfrentamos à noite. Isso aqui é patrimônio da cidade, era para ser preservado", avalia.

Estudante de Educação Física, Francielle Bittencourt, 22, garante que o local sempre apresenta iluminação precária. A jovem, que se desloca de ônibus diariamente para treinar Jiu-Jitsu em uma academia da Zona Norte, percebeu que a iluminação piorou na última semana. "Às sextas-feiras chego mais cedo à estação, por volta das 18h, e evito descer aqui na volta. Por ter menos movimento e por questão de segurança, prefiro desembarcar em uma parada próxima à PUC", relata.

Ainda na noite de quarta-feira, o Correio do Povo cobrou providências da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) no sentido de que o sistema de iluminação fosse restabelecido. Pouco antes das 14h30min de hoje, a EPTC informou que a CEEE conseguiu detectar a causa do problema e realizou o conserto. Igualmente informou que prossegue com as ações preventivas de manutenção nos elevadores e escadas rolantes - equipamentos que sofrem constantes atos de vandalismo. O processo de licitação para a revitalização completa dos equipamentos está em andamento na Secretaria Municipal da Fazenda.

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