Porto Alegre carece de mais bebedouros públicos

Porto Alegre carece de mais bebedouros públicos

Boa parte dos pontos turísticos da Capital não possuem o equipamento, segundo apuração da reportagem

André Malinoski

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Porto Alegre tem uma peculiaridade bastante curiosa para quem costuma frequentar os principais cartões-postais da cidade – os poucos bebedouros públicos à disposição. Seja para um habitante ou até mesmo algum visitante da cidade, não é tarefa fácil encontrar uma fonte de água para atenuar a sede ou simplesmente hidratar-se nos dias quentes. Mercado Público, Largo Glênio Peres, Esquina Democrática, Praça da Alfândega e outros pontos turísticos não possuem bebedouros.

Na manhã desta segunda-feira, apenas um dos quatro bebedouros visitados pelo Correio do Povo, em pontos espalhados do Parque da Redenção, estava em condições adequadas de uso. Localizado no espaço onde as pessoas praticam atividades físicas, defronte para a rua José Bonifácio, um deles oferecia água, mas com pouca força. “Aqui não dá para beber, só encostando a boca. Não tem vazão suficiente”, avaliou o aposentado Francisco, de 68 anos, que preferiu não citar seu sobrenome. “Tenho uma outra reclamação para fazer: os aparelhos de ginástica daqui estão sujos, alguns faltam partes e também estão com ferrugem”, acrescentou.

No mesmo local, a profissional autônoma Roseana Gonçalves, 46, exercitava-se em um dos aparelhos. “A solução para os bebedouros seria o conserto. A coisa ficaria bem melhor”, dizia enquanto limpava o suor da testa. A poucos metros desse local, há uma pracinha para as crianças brincarem. Um pai empurrava a filha em um dos balanços. O bebedouro situado ali funciona, mas a água também sai fraca. “Vejo várias pessoas vindo aqui e colocando garrafinhas para conseguir encher”, relatou o engenheiro civil Albert Lucas, 50 anos. Esse era o melhor dos quatro bebedouros testados pela reportagem.

A alguns metros do Monumento ao Expedicionário, outro bebedouro não funciona. Não sai água nem há vestígios de ter sido usado recentemente. No outro lado do Parque da Redenção, no trecho perto da avenida Loureiro da Silva com a rua Engenheiro Luiz Englert, há um bebedouro à disposição para quem usa os aparelhos de ginástica do local. Este bebedouro está completamente abandonado, com sujeira e pichações, além de estar estragado.

Entre reparos e manutenção 

Conforme informa a Prefeitura de Porto Alegre, há 11 bebedouros distribuídos pela Redenção. Cinco estão estragados e passarão por reparos, quatro passaram por manutenção pela Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SMSUrb) e estão em condições de uso, sendo que os localizados no cachorródromo também estão funcionando.

“Esse tipo de equipamento é alvo constante de vandalismo, o que acaba provocando o vazamento de água, além de ser usado de forma inadequada. Por conta disso, os bebedouros instalados em praças e que já não estão mais funcionando serão removidos. Irão permanecer apenas bebedouros em parques, onde há maior circulação de pessoas e onde há equipes fixas que fazem a zeladoria”, esclareceu a Prefeitura.

Outro local bastante frequentado que não possui bebedouros é a Orla do Guaíba, que recebe milhares de pessoas aos finais de semanas e nos feriados. A Prefeitura também explicou a situação: “O contrato da obra não prevê a instalação de equipamentos, porém a Secretaria Municipal de Parcerias Estratégicas fechou uma parceria gratuita com a empresa Purificatta. Uma máquina da empresa está em fase de teste e, no futuro, será analisada a possibilidade de instalar outras unidades”. 

Para usar esse modelo de máquina é preciso baixar um aplicativo no celular e fazer um cadastro. Depois de pronto, é possível pegar água gratuitamente. Enquanto os bebedouros não são instalados, ou máquinas similares não chegam até os parques, as pessoas precisarão levar uma garrafa de água para não sentirem sede.

Bebedouros são alvos de vandalismo ou abandono. Foto: Alina Souza 


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