Porto Alegre contabiliza estragos, falta de água e corte de luz após temporal

Porto Alegre contabiliza estragos, falta de água e corte de luz após temporal

Fortes ventos deixaram rastro de destruição com queda de árvores sobre vias e rede elétrica

Eduardo Amaral

Estragos da chuva em Porto Alegre

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Cerca de 20h após temporal seguido de vento e granizo, árvores e postes no chão marcavam o cenário das ruas de Porto Alegre na manhã desta quinta-feira. Os estragos são resultado do forte temporal que atingiu a Capital no fim da tarde dessa quarta-feira que, com ventos que chegaram a 100 km/h, segundo a Metsul Meteorologia, deixou um rastro de problemas para serem resolvidos ao longo do dia.

Os maiores transtornos aconteceram na zona Sul da cidade, onde 20 casas ficaram destelhadas, sendo três no bairro Vila Nova, o mais atingido. Um parque na região ficará fechado devido risco de queda de vegetação. Bairros mais centrais também foram fortemente atingidos pelo temporal registrado por volta das 18h. Pelo menos 76 árvores ou galhos de grande porte tombaram em várias áreas da Capital. 

De acordo com a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SMSUrb), as rajadas foram tão fortes que mesmo  árvores saudáveis foram comprometidas. O risco de novas quedas fez com que a prefeitura fechasse o Parque Gabriel Knijnik, que não será reaberto pelo menos até sábado. Nos parques da Harmonia e Redenção, houve o recolhimento de árvores e galhos, enquanto no Marinha do Brasil o serviço deve começar nesta sexta-feira. 

Na rua Correa Lima, no morro Santa Teresa, um árvore partiu ao meio e caiu sobre a fiação, levando um poste de concreto ao chão. A rua ficou bloqueada e o trânsito foi desviado pelas ruas Banco da Província e Mutualidade. O engenheiro civil Aquiles Indursky chegava de carro ao local no momento de maior intensidade da chuva. “Era muito vento e granizo, umas pedras grandes, só guardei o carro em uma posição que protegesse do granizo e entrei no condomínio”, relata.

Pouco após a queda da árvore, que deixou galhos sobre a rede elétrica, foi a vez de um poste de energia vir abaixo. Indursky acredita que a pressão dos galhos sobre os fios causou a queda, e compara o caso desta semana com outro ocorrido há quatro anos. “O que aconteceu foi muito parecido, talvez até pior, do que em 2015.”

Recuperação até fim da semana

O diretor-geral da Defesa Civil de Porto Alegre, coronel Evaldo Rodrigues de Oliveira Júnior, confirma que o volume de água e o granizo tiveram pouco impacto quanto as rajadas de vento. “O volume de chuva não impressiona, foram 9,6 milímetros. Não é considerado alto se não fosse o acréscimo do vento”, afirma. O coronel espera que os problemas estejam resolvidos até o final dessa sexta. “Acreditamos que a gente já amanheça na sexta-feira, pelo menos, com a mobilidade e o atendimento.”

Segundo Oliveira, todas as casas destelhadas já haviam recebido lonas para minimizar o problema. Ele avaliou positivamente o trabalho da Defesa Civil antes e depois do temporal. “A gente não tem como evitar que o fenômeno aconteça, mas estamos tendo informações antecipadas e emitindo os alertas. Estamos a menos de 24h após o evento e a cidade está quase voltando à sua normalidade.” 

Titular da Secretaria de Serviços Urbanos, Ramiro Rosário diz que as árvores atingidas serão avaliadas. Ele não descarta que algumas sejam derrubadas ou podadas caso ofereçam risco. 

Os temporais ainda são responsáveis pelo corte no fornecimento de água para 20 bairros devido a falta de luz que atingiu as bombas de distribuição. A falta de luz também afetou 56 conjuntos semafóricos. A EPTC ainda trabalha no restabelecimento dos semáforos. Cerca de 90 mil clientes residenciais e comerciais ainda estão sem fornecimento de energia elétrica.


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