Porto Alegre prepara ações preventivas para evitar chegada de novas variantes do coronavírus

Porto Alegre prepara ações preventivas para evitar chegada de novas variantes do coronavírus

Foco são passageiros que vêm de regiões onde a “variante indiana” já foi detectada

Jessica Hübler

Reunião tratou de estabelecer controle tanto na Rodoviária quanto no Aeroporto

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A Prefeitura de Porto Alegre está preparando ações preventivas, tanto na Rodoviária e quanto no Porto Alegre Airport - Aeroporto Internacional Salgado Filho. O objetivo é adotar medidas que ajudem a impedir a chegada de novas variantes do coronavírus na capital gaúcha. O foco são os passageiros que vêm de regiões onde a chamada “variante indiana” já foi detectada, além de monitorar o fluxo de pessoas vindas de regiões do estado onde se registra aumento de casos de internações por Covid-19. 

Em reunião realizada na manhã desta quarta-feira na Rodoviária, a equipe da Vigilância em Saúde de Porto Alegre tratou de estratégias sobre como estabelecer controles em rodoviárias de 13 cidades que fazem fronteira com o Uruguai e com a Argentina, como Uruguaiana, Livramento, Chuí, Jaguarão, São Borja, Porto Xavier e outras, além de Rio Grande, porto marítimo internacional.

O administrador da Estação Rodoviária, Giovanni Luigi, fez um relato da movimentação de passageiros pelo estado em direção a Porto Alegre e disponibilizou a estrutura do terminal para que a Vigilância estabeleça pontos de monitoramento junto ao desembarque, especialmente nos boxes onde estacionam os ônibus que vêm de regiões onde há elevação do número de casos.

“Daremos todo apoio possível para esta ação da Vigilância, inclusive ajudando a contatar as estações rodoviárias do interior para que se ajustem a estas medidas tão importantes”, salientou Luigi. Uma das medidas discutidas foi reforçar o monitoramento nos pontos de embarque nas regiões de maior ocorrência de casos.

Reunião

Na sequência, a reunião foi no Porto Alegre Airport - Aeroporto Internacional Salgado Filho, onde foram discutidas as possibilidades de estabelecer um monitoramento dos passageiros que chegam a Porto Alegre, principalmente aqueles que viajam do aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, que é considerada a  principal porta de rotas internacionais para o Brasil. A média de voos hoje no aeroporto de Porto Alegre é de 30 por dia, sendo que dez são provenientes de Guarulhos.

Na sexta-feira, a Vigilância fará nova reunião no aeroporto para definir procedimentos e posicionamento das equipes de saúde, que deverão atuar com barreiras sanitárias em áreas como a sala de desembarque onde ficam as esteiras de bagagens.

Medida de proteção

O prefeito Sebastião Melo afirma que determinou a instalação das barreiras sanitárias na Rodoviária e no Aeroporto como medida de proteção sobre essa possível nova cepa que está chegando. "Isso é cuidar das pessoas e cuidar da cidade, faremos todos os esforços, farei uma reunião com os hospitais ainda essa semana para estarmos preparados e, se for necessário, reativar leitos", enfatiza.

De acordo com o diretor da Vigilância em Saúde de Porto Alegre, Fernando Ritter, também participaram das reuniões iniciais representantes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Segundo ele, a SMS está cumprindo determinações presentes na Portaria 654 da Casa Civil, que dispõe sobre a restrição excepcional e temporária de entrada no país de estrangeiros, de qualquer nacionalidade.

"A Portaria estabelece a necessidade de fazermos acompanhamento das pessoas que chegam nas cidades, especialmente aquelas que viajam de países onde já foi identificada transmissão comunitária da variante indiana da Covid-19, que são Grã-Bretanha e Irlanda do Norte, África do Sul e Índia", explica Ritter. Conforme ele, agora a Vigilância está fazendo um diagnóstico sobre os processos de organização tanto dentro da Rodoviária, quanto no Porto Alegre Airport - Aeroporto Internacional Salgado Filho, para definir as melhores formas de realizar a rastreabilidade desses viajantes.

"Também vamos informar quem os passageiros devem procurar, além de orientar sobre a quarentena de 14 dias que será estabelecida, tudo isso para garantir que não tenhamos uma disseminação dessa nova variante em Porto Alegre, o que poderia elevar a curva de internações muito abruptamente e queremos, na verdade, achatar esse processo", comenta. Ritter ressalta que provavelmente a variante chegará ao Estado e também à Capital, mas o que a SMS pretende é minimizar os impactos.

Rodoviária 

Na Rodoviária, segundo ele, a SMS fará um trabalho mais preventivo, trabalhando em conjunto com as cidades de fronteira do território gaúcho. "O Rio Grande do Sul é um dos estados brasileiros que mais têm fronteiras abertas, então vamos trabalhar em abordagens, caso as pessoas apresentem sintomas, qual serviço devem procurar, ou seja, o objetivo é construir uma logística para minimizar a entrada dessa nova variante", reitera.

A Vigilância em Saúde também deve realizar reuniões específicas com as companhias aéreas para que ocorram orientações já durante os voos, antes mesmo de pousar em Porto Alegre. "Estamos em processo de construção ainda, mas pretendemos ter um controle, agora vamos propôr uma logística para reduzir danos, sabemos que não vamos conseguir bloquear por completo a chegada de pessoas, mas tudo o que for possível fazer para reduzir a contaminação, estamos dispostos", pontua. A expectativa de Ritter é que as estratégias sejam desenvolvidas até a próxima semana.


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