Porto Alegre tem 51% dos casos de Covid-19 confirmados nos últimos 22 dias

Porto Alegre tem 51% dos casos de Covid-19 confirmados nos últimos 22 dias

Números da SMS mostram avanço da doença na Capital, que fez prefeito Nelson Marchezan retroceder em flexibilizações

Correio do Povo

Capital levou 73 dias para ultrapassar os 1.000 casos (21/05) e 20 dias para romper a barreira dos 2.000 (10/06)

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Convivendo com a pandemia oficialmente desde o dia 8 de março, data em que foi confirmado o primeiro caso na cidade, Porto Alegre registrou, nos últimos 22 dias, o avanço mais significativo da doença. A indicação é dos dados da Secretaria Municipal de Saúde. Com 1.057 novos casos confirmados e 25 óbitos, a Capital saltou de 1.025 para 2.082 infectados no período, um aumento de 51%, o que provocou um crescimento no número de internações em UTI's, que se mantinham na faixa dos 40 e chegaram a atingir 71 pacientes internados com a doença no dia 11 de junho, colocando a taxa de ocupação em 80%.

Esses avanços levaram o prefeito Nelson Marchezan Júnior a anunciar, nesta sexta-feira, um "passo atrás" nas flexibilizações adotadas em Porto Alegre. “As decisões de hoje são baseadas na velocidade e não na ocupação total dos leitos. Nós temos capacidade de atender a demanda atual e o eventual crescimento. Não é o crescimento da demanda de UTI que assusta. O que nos fez ligar o sinal de alerta foi a velocidade do crescimento”, explicou em live no Facebook da Prefeitura.

Ao citar a "velocidade do crescimento", o prefeito de Porto Alegre chamou atenção para uma projeção de que, em julho, todos os 174 leitos destinados à Covid-19 estariam ocupados se nada fosse feito e que as decisões tomadas nesta sexta-feira, não terão reflexos imediatos. “As decisões de hoje terão reflexo em dez, 12, 14 dias. Nesse período, o aumento ou não se dará sempre olhando para trás”, apontou o prefeito, sinalizando que novas medidas restritivas possam ser efetuadas na semana que vem, novamente, caso a velocidade atual seja mantida.  

O avanço, mencionado por Marchezan, também é notado no aumento de número de casos da doença em Porto Alegre. A cidade, que convive com a pandemia há três meses, entre restrições e flexibilizações, levou 73 dias para ultrapassar os 1.000 casos (21/05) e 20 dias para romper a barreira dos 2.000 (10/06).

Por isso, de acordo com o prefeito, neste momento, para segurar este crescimento, será necessário a Capital voltar as mesmas permissões que tinha no começo do mês de maio, retroagindo as liberações do decreto publicado no dia 21 do mesmo mês. No documento, bares, restaurantes, shopping centers, museus e bibliotecas foram autorizados a retomar suas atividades, podendo receber até 50% da capacidade de ocupação segundo o PPCI de cada lugar e cumprindo normas de higienização.

Queda do isolamento social

Com as novas atividades funcionando na cidade, o índice de isolamento social, que chegou a atingir 71% em março, no começo da pandemia, ao longo dos últimos 22 dias permaneceu contínuo abaixo dos 45%, tendo chegado até 39% durante o período.

O menor isolamento social, o crescimento nos casos e a velocidade das internações em UTI's registrados nos últimos dias, foram levados em conta na decisão tomada pelo prefeito nesta sexta-feira, em sua escolha de setores para retroagir na flexibilização, os mesmos que estavam restritos há 22 dias.

"Não vamos suspender aquele setor ou aquela atividade porque são culpados, mas a medida mais eficaz no mundo inteiro, como regra, é que a suspensão das atividades econômicas acaba diminuindo a proximidade física, o contágio e a expansão do vírus naquela sociedade específica”, disse o prefeito, apontando para uma necessidade em reduzir as aglomerações.

Além dos 2.082 casos confirmados e dos 51 óbitos, nesta sexta-feira, a SMS aponta 796 recuperados na cidade e a taxa de ocupação de leitos na UTI está em 78,59%, com 66 confirmados para Covid-19 e 26 suspeitos internados. 


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