Porto Alegre tem movimentação modesta no primeiro dia útil do ano

Porto Alegre tem movimentação modesta no primeiro dia útil do ano

Cenário é ideal para quem procura por paz e sossego hoje na Capital

André Malinoski

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Porto Alegre registra uma movimentação modesta de pessoas no primeiro dia útil de 2022. O terminal de ônibus junto ao Mercado Público tem alguns passageiros à espera do transporte coletivo, mas em um número menor do que o verificado em qualquer outra segunda-feira normal. Os vendedores de frutas esperam pelos fregueses e, no Chalé da Praça XV, as portas estão abertas para aqueles que desejam almoçar em um dos cartões-postais da cidade, ou simplesmente bebericar um chope no intervalo de algum compromisso.

O Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) promove uma faxina em trecho da calçada do Largo Glênio Peres, com espaços mais vazios do que o habitual. Dentro do Mercado Público, é possível procurar por alguma especiaria sem empurrões ou filas. “Não conhecia Porto Alegre. Cheguei do Rio de Janeiro no dia 29 de dezembro”, conta o aposentado Sergio Amaral, 64 anos, com camiseta e máscara com o escudo do Botafogo, clube de seu coração. “Mas no Mercado já é a segunda vez que venho nesses dias. Estou acompanhando um casal que veio comprar um souvenir. Na outra vez que vim estava mais cheio”, reconheceu, observando os produtos expostos nos balcões.

Mercado Público hoje | Foto: Alina Souza

A Esquina Democrática também tem circulação abaixo do que poderia ser considerado normal. Com a temperatura na casa dos 32°C, mas com a sensação térmica muito acima disso, por volta das 11h, era possível ouvir o grito de quem trabalhava: “Olha a foto 3x4, foto 3x4 aqui!”. Os ambulantes estendiam suas toalhas no chão oferecendo os mais diversificados produtos. Brinquedos e roupas são os mais fáceis de serem vistos por quem passa pela rua dos Andradas. Na Praça da Alfândega, um homem aproveitava a tranquilidade do lugar para tirar fotos sentado no banco da estátua dos poetas Mario Quintana e Carlos Drummond de Andrade.

Parque da Redenção

No Parque da Redenção, alguns porto-alegrenses praticam exercícios nos espaços com aparelhos, enquanto outros passeiam com cachorros, andam de bicicleta, caminham ou apenas aproveitavam a sombra de alguma árvore. Mesmo assim, não são muitos. “Água mineral, água mineral! Tem para o solteiro e também para o casal!”, rimava o comerciante Luiz Antônio, 60 anos. As vendas não estão boas, especialmente pela falta de clientes. “Só vendi duas garrafas de água nesta segunda-feira. Ao meio-dia, vou para casa descansar”, explicava pela manhã. “A venda caiu muito. Em um dia normal, chego a vender de 150 a 200 garrafas”, completou, perto do Monumento ao Expedicionário.

Movimento no Parque da Redenção | Foto: Alina Souza

O aposentado Conceição Rodrigues da Rosa, 75, que aproveitava a manhã ensolarada para caminhar, estava preocupado com os riscos oferecidos pelo parque estar tão vazio. “Moro pertinho daqui e sempre venho passear. Está perigoso, inclusive deserto. Agora mesmo tentei falar com uma senhora, mas ela teve medo quando me aproximei”, relatou enquanto mostrava imagens de uma homenagem que recebeu na Assembleia Legislativa há alguns anos. O Prêmio Zumbi dos Palmares, na categoria área esportiva, foi dado ao então professor pela sua atuação em prol da comunidade negra.

O comércio abriu suas portas depois do fim do feriado da virada do ano. Bares, lotéricas, supermercados, bazares, restaurantes e lojas aguardam pelo público. O primeiro dia do ano, porém, é de pouca circulação de pessoas. O movimento de carros também não é o comum, inclusive não houve engarrafamentos como acontece em uma segunda-feira rotineira da Capital. É o cenário perfeito para quem procura tranquilidade e sossego.


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