Prefeitura alerta que tarifa dos ônibus de Porto Alegre será definida antes das audiências públicas

Prefeitura alerta que tarifa dos ônibus de Porto Alegre será definida antes das audiências públicas

Cálculos que definem o custo da passagem são realizados em fevereiro e eventos na Câmara ocorrerão em março

Correio do Povo

Associação dos Transportadores de Passageiros pede um reajuste de R$ 0,50, que elevaria a tarifa para R$ 5,20 em 2020

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A prefeitura de Porto Alegre alertou nesta sexta-feira que as audiências públicas propostas pela Câmara dos Vereadores não “terão efeito prático” na definição do novo valor da tarifa dos ônibus. Segundo o governo de Nelson Marchezan Júnior, os cálculos da nova tarifa, baseados na licitação de maio de 2015, são feitos em fevereiro e os encontros de vereadores e a população ocorrerão nos dias 5 e 16 de março, ou seja, depois do novo valor ser definido.

A Associação dos Transportadores de Passageiros (ATP) enviou pedido à Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) para que o reajuste na tarifa seja de R$ 0,50, o que elevaria o valor a R$ 5,20 em 2020. A EPTC trabalha nos cálculos técnicos que deverão ser submetidos ao Conselho Municipal de Transporte (Comtu), formado por 20 entidades da sociedade civil.

No final de janeiro, a prefeitura de Porto Alegre apresentou um conjunto de projetos que estabelecem a redução do valor da tarifa em R$ 1 neste ano. A partir de 2021, todo trabalhador formal teria passe livre, passagem de no máximo R$ 2 para o cidadão em geral, passe estudantil a R$ 1 e redução do custo para o empregador, que paga o vale-transporte. Atualmente, a passagem da Capital não conta com nenhum subsídio.

Em contrapartida, o projeto, que visa dividir a conta do transporte público com a população, anunciado no dia 28 de janeiro, propõe a taxação das corridas de aplicativos, tarifa que seria justificada pelo uso do sistema viário de Porto Alegre para motoristas que venham de outras cidades; a taxa de mobilidade urbana, que substituiria o atual Vale-Transporte; o fim da taxa de gestão da Câmara de Compensação Tarifária e a diminuição gradual dos cobradores de ônibus.

As propostas polêmicas geraram reações contrárias entre os funcionários das empresas de ônibus, dos motoristas de aplicativos e de gestores de cidades da região Metropolitana. Nessa quarta-feira, a prefeitura de Porto Alegre recomendou à Associação dos Transportadores de Passageiros a não conceder aumento salarial aos rodoviários em 2020.

As alegações do Executivo municipal são de que o valor da passagem, já elevado, caminha para "patamares inaceitáveis". Além disso, no entendimento da prefeitura, o Legislativo não "se mostrou sensível ou propositivo à pauta" de redução das tarifas com base em exemplos de outros municípios. A administração de Marchezan ainda sustentou que o custo da mão de obra (motoristas e cobradores) do transporte coletivo de Porto Alegre é o segundo maior do país, com o item representando quase 50% do valor da tarifa. 


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