Prefeitura: déficit de investimentos em drenagem agravou situação no temporal

Prefeitura: déficit de investimentos em drenagem agravou situação no temporal

Em cerca de uma hora, choveu quase metade do esperado para o mês de maio inteiro

Correio do Povo

Ruas centrais ficaram alagadas com problemas de drenagem

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A chuva que atingiu Porto Alegre no final da tarde desta sexta-feira causou transtornos no trânsito e deixou semáforos fora de operação em vários pontos da cidade. A prefeitura reconheceu, em nota, que os danos foram agravados devido ao déficit histórico de drenagem e à falta de investimentos. No Centro Histórico, as pessoas correram e se abrigaram debaixo de marquises e dentro de lojas. Em poucos minutos, a água invadiu as calçadas e obrigou os pedestres a buscarem refúgio em locais afastados da via. Voos com destino ao aeroporto Salgado Filho foram desviados para terminais mais próximos.

Conforme o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) choveu 37,8 mm em uma hora. De acordo com o Centro Integrado de Comando de Porto Alegre (Ceic), a média do mês de maio é de 94,6 mm. Segundo a prefeitura, estudos apontam que seriam necessários pelo menos R$ 3 bilhões para que a cidade tivesse sua infraestrutura próxima do ideal. “A capital tem redes pluviais com mais de 60 anos e insuficientes”, afirma o secretário municipal de Serviços Urbanos, Ramiro Rosário.

Equipes da Empresa Pública de Circulação e Transportes (EPTC) foram mobilizadas para orientar o trânsito nas principais vias. Os agentes priorizaram a região da rodoviária, que registrou movimento intenso na região, no Menino Deus e na Zona Norte. Semáforos ficaram fora de operação nas avenidas Otto Niemeyer, Cavalhada, Salvador França e Ipiranga. No cruzamento da Beira-Rio com a avenida, a queda de uma árvore deixou apenas uma faixa de trânsito sem bloqueio.

Na avenida Assis Brasil com a Bernardino Silveira Amorim, os semáforos ficaram em amarelo piscante. A Fraport Brasil, que administra o Aeroporto Salgado Filho em Porto Alegre, informou que as operações de solo foram interrompidas entre às 17h08min e 17h45min. Com isso, os voos programados para capital precisaram ser desviados para terminais próximos até as condições de melhorarem.

Com o volume de chuva, o nível do arroio Dilúvio subiu rapidamente na avenida Ipiranga, nas proximidades da PUCRS, quase chegando aos taludes. Parte do forro de gesso da emergência do SUS do Instituto de Cardiologia, no bairro Santana, desabou em função da falta de vazão da água. Os bombeiros foram acionados mas, apesar do susto, ninguém ficou ferido. Os pacientes que estavam no local foram realocados em outros leitos. O atendimento de emergência foi suspenso.

Outros pontos da cidade registraram acúmulo de água: avenida Edvaldo Pereira Paiva; Silva Só com a Ipiranga; Aparício Borges e Bento Gonçalves; Brasil e Benjamin Constant; Assis Brasil e Emilio Lucio Esteves; José de Alencar e Padre Cacique; e Sarmento Leite com a Luiz Englert; e a Elevada da Conceição. Conforme a Defesa Civil, as chuvas que atingiram a Capital e a Região Metropolitana foram fortes e rápidas, com potencial para alagamentos localizados.

A chuva causou transtornos em Cachoeirinha, na avenida Flores da Cunha, e em Gravataí, na avenida Dorival de Oliveira, deixando semáforos fora de operação. As chuvas provocaram congestionamentos nas principais vias dos municípios. Veículos ficaram danificados em função do alto volume da chuva. Agentes de trânsito orientaram os condutores. Estabelecimentos comerciais ficaram às escuras entre 17h e 18h.

A chuva desta sexta-feira confirmou as previsões meteorológicas que apontavam uma grande área de instabilidade. De acordo com o Boletim Meteorológico Semanal da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento (Seadpr), deverá ocorrer chuva com altos volumes em várias regiões do Estado. O informe destaca que até domingo a propagação de uma área de baixa pressão e de uma frente fria já provoca chuva, com possibilidade de temporais isolados no extremo Sul, Campanha, Missões e Fronteira Oeste.


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