Prefeitura de Porto Alegre destrói cerca de 60 mil produtos irregulares

Prefeitura de Porto Alegre destrói cerca de 60 mil produtos irregulares

Material apreendido entre janeiro e julho deste ano é avaliado em R$ 2 milhões

Cláudio Isaias

Destruição dos produtos irregulares ocorreu nesta sexta-feira, no Largo Zumbi dos Palmares

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Pelo menos 60 mil produtos piratas apreendidos pela fiscalização da prefeitura e avaliados em R$ 2 milhões foram destruídos na manhã desta sexta-feira no Largo Zumbi dos Palmares, no bairro Cidade Baixa em Porto Alegre. Na ação, foram destruídos óculos, relógios, películas para telefone celular, CDs e DVDs que foram recolhidos pelas equipes de fiscalização da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico (SMDE) no período de janeiro a julho de 2019 na região do Centro Histórico.

O material foi destruído por um rolo compactador e depois foi encaminhado para o Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) que fará a distribuição dos produtos para as unidades de reciclagem. "A intenção é conscientizar a população para que evite o consumo de produtos irregulares ou falsificados. Além de prejudicar o comércio formal, esse tipo de mercadoria muitas vezes beneficia outros ramos do crime organizado, como o tráfico de drogas", destacou o secretário de Desenvolvimento Econômico, Eduardo Cidade, que participou da atividade.

Responsável pelas operações de apreensão, o diretor de Fiscalização da SMDE, Luis Antonio Steglich, explicou que a maior parte dos itens estavam em depósitos de comerciantes que atuavam de forma irregular. “Coibir esse tipo de atividade é também uma forma de proteger a saúde e a integridade do consumidor, já que muitas vezes o produto sequer atende aos padrões mínimos de qualidade e segurança”, afirma Steglich. O presidente do Sindicato do  Comércio Varejista de Material Óptico, Fotográfico e Cinematográfico (Sindióptica/RS), André Roncatto, afirmou que a economia subterrânea provoca o movimento de R$ 1.17 trilhão no país, ou 16,9% do Produto Interno Bruto (PIB). "A venda pirata está relacionada a crimes de contrabando de armas e drogas", comentou. 

Em 2018, a chamada economia subterrânea movimentou no Rio Grande do Sul mais de R$ 76 bilhões, o que equivale a uma perda anual próxima de R$ 5,6 bilhões na arrecadação do Estado, conforme dados do Instituto de Economia da Fundação Getúlio Vargas. Segundo Roncatto, em quinto lugar na escala de artigos falsificados, o comércio de óculos ilegais, além de causar danos irreversíveis à visão e provocar a cegueira, movimenta cerca de R$ 8 bilhões ao ano, quase 60% do mercado. “O comércio paralelo provoca um problema de violação à Saúde Pública, pois o uso de produto falsificado pode causar cegueira e doenças irreversíveis a longo prazo", destacou.

O secretário municipal de Segurança, Rafael Oliveira, disse que a ação foi uma amostra do resultado do combate as atividades criminosas na cidade. "Com essa iniciativa estamos diretamente a economia das organizações criminosas. O serviço de venda de produtos piratas é resultado do tráfico de drogas, do roubo de cargas, do furto de veículos e outros delitos mais graves como a guerra entre facções", ressaltou. Segundo Oliveira, a iniciativa realiza no Largo Zumbi dos Palmares significa que o Poder Público está esmagando todo o crime que ocorre em razão da lavagem de dinheiro das organizações criminosas.

O tenente-coronel Luciano Moritz, comandante do 9º BPM, afirmou que todos os produtos destruídos fazem parte de diversos crimes que ocorrem no Centro de Porto Alegre muitos encobertos pela venda de itens piratas. "Realizamos operações constantes em conjunto com a Guarda Municipal e a fiscalização da SMDE para tirar de circulação esse material danoso à saúde", ressaltou.


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