Prefeitura de Porto Alegre mantém decreto de uso de veículos e pessoal privado nas linhas da Carris

Prefeitura de Porto Alegre mantém decreto de uso de veículos e pessoal privado nas linhas da Carris

Decisão do Executivo foi mantida mesmo com suspensão da paralisação dos trabalhadores

Eduardo Andrejew

Prefeito concordou em retirar de votação temporariamente projeto de desestatização da empresa; Carris tem dez dias para apresentar contraproposta para privatização

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Mesmo com o fim da paralisação dos rodoviários da Carris, que voltaram ao trabalho nesta terça-feira, a prefeitura de Porto Alegre manteve a vigência do decreto 21.139/21, publicado na segunda-feira. O texto autoriza que o Executivo requisite bens, serviços e empregados de empresas do transporte coletivo, escolar e de lotações privadas no caso de uma nova paralisação. De acordo com o secretário de Mobilidade Urbana, Luiz Fernando Zachia, a manutenção do decreto ocorre porque a categoria ainda se mantém em estado de greve.

Os rodoviários da Carris resolveram voltar hoje ao trabalho após o prefeito Sebastião Melo concordar em retirar de votação temporariamente o projeto 013/21, de privatização da empresa. Haverá um prazo de dez dias para que a categoria elabore uma contraproposta para recuperar financeiramente a companhia e evitar sua venda. Por isso, na próxima quinta-feira, às 10h, em reunião na sede da EPTC, representantes de funcionários e do Sindicato dos Trabalhadores de Empresas de Transporte em Porto Alegre (Stetpoa) terão mais detalhes sobre o PL 013/21.

Zachia explica que a prefeitura irá detalhar neste encontro os impactos financeiros e as medidas previstas para os funcionários da Carris nos projetos 013/21 e também o PL 016/21, que pretende instituir o Programa de Extinção Gradativa da Função de Cobrador de Transporte Coletivo.

Porém, há um impasse entre sindicato e representantes dos trabalhadores da empresa. Segundo o vice-presidente da Comissão dos Funcionários da Carris, Marcelo Weber, os rodoviários decidiram entrar em estado de greve pelo menos até sexta-feira. “Vamos conhecer o projeto e apresentar contrapontos”, explica Weber. Conforme ele, se houver muitos pontos divergentes, os funcionários da Carris podem até decidir entrar em greve em uma assembleia marcada para sexta. 

A informação divulgada pela comissão, no entanto, destoa da posição do Stetpoa, que prefere, ao menos no momento, manter o diálogo com a prefeitura. De acordo com Sandro Abbáde, presidente do sindicato, a paralisação de segunda-feira tinha como objetivo atrasar a votação do PL 013/21, que poderia ocorrer nesta semana. "O propósito foi alcançado e por isso se descarta qualquer possibilidade de greve sem antes nós termos levado até o prefeito a nossa proposta de recuperação da Companhia Carris”, enfatiza.


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