Prefeitura de Porto Alegre pede à Justiça autorização para demolir Esqueletão

Prefeitura de Porto Alegre pede à Justiça autorização para demolir Esqueletão

Laudo da Ufrgs aponta deterioração do edifício e conclui que uma recuperação no prédio seria inviável economicamente

Correio do Povo

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A prefeitura de Porto Alegre pediu ao Judiciário autorização para demolir o edifício Galeria XV de Novembro, conhecido como Esqueletão. A petição foi protocolada na manhã desta quinta-feira pela Procuradoria-Geral do Município (PGM) com base em estudo conclusivo realizado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs).

De acordo com laudo e pareceres apresentados pelo Laboratório de Ensaios e Modelos Estruturais (Leme) da universidade, a edificação apresenta risco iminente de rupturas localizadas, o que será agravado em caso de nova ocupação. Se ocorrer um incêndio, a estrutura não teria o tempo necessário de resistência ao fogo e poderia desabar.

Até setembro do ano passado, quando ocorreu a desocupação total, o prédio tinha quatro andares ocupados - três por moradores e um por comerciantes, no térreo. A recuperação da edificação, por sua vez, demandaria intervenções na estrutura e adequações para prevenção a incêndio, o que é inviável economicamente, segundo o estudo. "É um avanço simbólico para resolver esse passivo histórico, que representa risco à população e compromete, urbanisticamente, o Centro Histórico da Capital", diz o prefeito Sebastião Melo (MDB). 

Recuperação teria altos custos

No pedido de demolição, o município destaca a inércia dos proprietários ao longo dos anos e os altos custos para a recuperação da edificação, exposta há quase 70 anos. Salienta, também, o risco que a estrutura apresenta para a população. “Tampouco há justificativa para o uso de dinheiro público para um possível retrofit, na medida em que é economicamente inviável, como concluiu o laudo, com enorme complexidade técnica”, informa a petição, assinada pela procuradora Eleonora Serralta.


Segundo laudo, grande parte do Esqueletão está comprometida | Foto: Guilherme Almeida

Conforme o documento, "deixar o prédio no estado em que se encontra, com ou sem ocupação, representa risco à coletividade, de modo que não resta ao município de Porto Alegre outra alternativa a não ser requerer autorização judicial para a demolição do prédio”.

Segundo o laudo da Ufrgs, 61% da estrutura de concreto armado do Esqueletão, que tem 19 andares, já atingiu o tempo de vida útil de projeto, e 6,7% do total encontra-se com vida útil no fim, caracterizando falha de desempenho, sob o ponto de vista da corrosão. Isso significa que há risco de colapso parcial e riscos à população, ainda que o prédio continue desocupado. 


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