Prefeitura lança programa de recuperação asfáltica em Porto Alegre

Prefeitura lança programa de recuperação asfáltica em Porto Alegre

Objetivo é recuperar vias com maior fluxo de veículos, construir bocas de lobo e rampas de acesso

Felipe Samuel

Atualmente, 10 trechos de 6 vias passam por reformas estruturais em Porto Alegre

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Após dois anos de estudos e desenvolvimento de projetos, a Prefeitura lançou nesta sexta-feira, por meio de videoconferência, sete editais de licitações para investimento na pavimentação viária de Porto Alegre. Estão previstos R$ 113 milhões para obras estruturais e de pavimentação nos 280 principais logradouros apontados pelo estudo. 

Conforme dados da Prefeitura, mais de 80% das vias da Capital estão com malha viária vencida. Com o Programa de Requalificação Asfáltica, o objetivo é recuperar vias com maior fluxo de veículos, construir bocas de lobo e rampas de acesso. Outros R$ 23 milhões já estão em execução para obras similares.

Ao iniciar a participação na videoconferência desde a avenida Ipiranga, onde ocorrem obras de pavimentação e nas paradas de ônibus, o prefeito Nelson Marchezan Júnior encarou a chuva que atingiu a cidade e acompanhou o trabalho de fresagem executado na via. 

Melhorias

Considerada uma das principais promessas de campanha, a pavimentação das principais vias da cidade vai contar com recursos do Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal (CEF) e da Corporação Andina de Fomento (CAF). A ideia é efetuar melhorias em asfálticas em 104 quilômetros, além de realizar a limpeza de 3 mil bocas de lobo.

Na reunião, ele destacou o trabalho da prefeitura para reequilibrar as contas, diminuir o déficit financeiro e reduzir despesas. "Na questão da manutenção de vias, tivemos grande melhora na cidade de porto alegre, com recapeamentos estruturais que não eram feitos há décadas", avalia.

Mesmo sem previsão para entrega de todas as obras, o prefeito reconheceu que não será possível investir todos os recursos até o final do ano. "Não vamos conseguir gastar durante meu mandato, mas vamos deixar esse legado para cidade", afirma.

Foto: Alina Souza

Secretário de Infraestrutura e Mobilidade Urbana (Smim), Marcelo Gazen explica que nos últimos anos não houve investimentos de requalificação estrutural, mas o diagnóstico a partir do estudo - que simulou impacto da roda de veículos em movimento com carga pré-determinada - apontou a necessidade de intervenções profundas (estruturais) e intervenções menores - classificadas como pavimentação funcional.

"Nos 280 principais logradouros de Porto Alegre, onde circulam 90% dos veículos, 1/3 das vias está em bom estado, enquanto 2/3 apresentam más condições", observa. De acordo com Gazen, o programa atenderá todas as regiões da cidade. Atualmente, 10 trechos de 6 vias passam por reformas estruturais. Com as licitações, publicadas ontem, a ideia é ampliar para 60 vias.

Os projetos também preveem recuperação de drenagem e de bocas de lobo. Gazen reforça que o produto que será aplicado na pavimentação - polímero - apresenta qualidade superior e garante maior durabilidade do asfalto.

Diretor-geral de Conservação de Vias Urbanas, Nilton Magalhães garante que os novos investimentos representam o montante aplicado em pavimentação nos últimos 20 anos. "Em média, foram investidos R$ 10 milhões por ano, com valores atualizados", destaca.

Sobre a qualidade do polímero, Magalhães - que foi responsável pelos estudos e projetos de pavimentação da Capital - explica que o produto oferece 'maior elasticidade' ao asfalto, principalmente numa cidade cuja variação térmica pode variar de 0 a 40 graus. "Com a dilatação do pavimento, polímero acaba ficando elástico, e isso impede o pavimento de trincar", alerta. Conforme Magalhães, após as melhorias, é possível ficar até 15 anos sem renovar pavimento.


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