Presidente da Câmara recomenda que Carris “encampe” linhas afetadas pela pandemia

Presidente da Câmara recomenda que Carris “encampe” linhas afetadas pela pandemia

Objetivo é diminuir aglomeração e contágio nos ônibus do transporte público de Porto Alegre

Lucas Rivas / Rádio Guaíba

Carris abre concurso para motorista de ônibus

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Em meio à retomada de restrições anunciada pela Prefeitura de Porto Alegre, que envolve o fechamento de lojas de grande porte, por exemplo, vereadores vêm se mostrando preocupados com o risco de que o transporte público siga impulsionando o contágio pelo coronavírus na cidade. Os parlamentares receberam relatos de que, após às 18h, muitas linhas reduzem a oferta de coletivos, o que causa mais tempo de espera e aglomeração.

Em videoconferência realizada com os vereadores, o prefeito Nelson Marchezan Jr. (PSDB) recebeu hoje a sugestão do presidente da Câmara, vereador Reginaldo Pujol (DEM), para que a Carris “encampe” o atendimento de linhas que tiveram a operação afetada durante a pandemia. ”Se as empresas de ônibus estão pedindo subsídio ao Marchezan, a Carris deve fazer a parte dela como empresa pública”, defendeu Pujol. O vereador lembra que o Executivo já aportou R$ 40 milhões para manter as operações da Carris ao longo de 2020, o que sugere que existe fluxo de caixa.

A alternativa apresentada pelo vereador também leva em conta um antecedente: a decisão tomada pelo então prefeito Olívio Dutra (PT), que repassou à Carris o atendimento das empresas que tiraram os coletivos das ruas em 1989.

Durante a reunião, Marchezan destacou que o transporte público passa por dificuldades em todo o planeta, já que não há receita e, na maioria dos casos, o município acaba por subsidiar o serviço. “Para que usuários da educação e da saúde pública tenham acesso a eles, alguém precisa pagar, e assim também é com o transporte. Vários fatores, ao longo de anos, fizeram de Porto Alegre a cidade com uma das passagens das mais caras do Brasil”, disse.

Marchezan também garantiu que a Prefeitura vem multando as empresas de ônibus que descumprem a norma do número máximo de passageiros: até dez pessoas em pé, em ônibus comuns, e até 15, em veículos articulados, com mais espaço.

Na semana passada, o prefeito participou de uma audiência de conciliação, no Tribunal de Justiça, para buscar soluções quanto aos problemas do transporte coletivo, sobretudo durante o período de enfrentamento do coronavírus. Além de defender um novo modelo de operação, o prefeito também argumentou que esse debate não pode ter como premissa inicial um aporte de dinheiro público emergencial às empresas do setor.


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