Procon aponta aumento de reclamações dos preços de alimentos em Porto Alegre

Procon aponta aumento de reclamações dos preços de alimentos em Porto Alegre

Valor do leite foi o que gerou maior protesto dos consumidores nas últimas semanas

Fellipe Samuel

Valor do leite foi o que gerou maior protesto dos consumidores nas últimas semanas

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Em meio à pandemia do novo coronavírus, os clientes dos supermercados se deparam com aumentos seguidos dos preços de alguns produtos que fazem parte da cesta básica. De acordo com o Procon Porto Alegre, as principais reclamações dos consumidores nos últimos tempos se referem ao aumento abusivo de alimentos nos supermercados, especialmente de laticínios e derivados. O preço do litro do leite longa vida integral foi o que gerou maior protesto dos consumidores nas últimas semanas.

Em vários supermercados da Capital o que se observa é que itens como arroz, açúcar e café apresentam preços compatíveis com levantamento semanal da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), divulgado nessa semana. Em cinco supermercados de redes diferentes percorridos pela reportagem, a média do preço do café de 500g ficou em R$ 8,36, enquanto a Agas aponta preço médio de R$ 9,10 na segunda semana de abril. O quilo do arroz ficou em R$ 3,46, acima da média de R$ 3,39 da Agas. É o mesmo caso do quilo do açúcar refinado, que na média dos supermercados pesquisados ficou em R$ 2,65 açúcar, pouco acima dos R$ 2,63 do levantamento.

O preço médio do quilo de feijão, que fechou em R$ 5,96, chama atenção, uma vez que o levantamento da Agas aponta valor médio de R$ 5,55. Em um supermercado localizado na avenida Plínio Brasil Milano, no Passo d'Areia, o item é encontrado por R$ 5,39, enquanto em um concorrente instalado na mesma avenida, mas no bairro Higienópolis, o produto é comercializado a R$ 6,49. Em contrapartida, um supermercado localizado na rua Gomes de Freitas, no Jardim Itu-Sabará, foi o campeão de ofertas. Todos os produtos pesquisados são comercializados dentro da média revelada pelo levantamento da Agas.

O preço do litro do leite longa vida integral, após uma série de aumentos em função da entressafra, parece ter se estabilizado. Nos estabelecimentos pesquisados, o produto foi comercializado em média por R$ 3,05, ainda acima do apontado pela Agas, que foi de R$ 2,98. De acordo com a diretora-executiva do Procon Porto Alegre, Fernanda Borges, alguns estabelecimentos foram notificados por suspeita de praticarem preços abusivos. "Houve aumento muito grande de reclamações em geral, principalmente do preço de laticínios e de ovos", observa. Conforme Fernanda, de cerca de 200 reclamações no último mês, 70 eram relacionados a aumento abusivo.

Fernanda explicou que no começo de março as principais queixas davam conta de preços abusivos de produtos como máscaras e álcool em gel. No final do mês, no entanto, aumentaram as reclamações do valor dos alimentos. "Notificamos estabelecimentos e pedimos as notas dos produtos, porque muitas vezes o supermercado comprou mais caro da indústria. Mas de qualquer forma verificamos se a margem de lucro que hoje está sendo praticada é a mesma antes da pandemia", destacou.

O Procon Porto Alegre ainda analisa as notas apresentadas por estabelecimentos para verificar se não praticaram preços abusivos. Se for confirmado que houve aumento injustificado, os estabelecimentos serão multados. "Tem prazo de dez dias para analisar notas e pode ser que alguns sejam autuados", alertou.

A Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) garante que até o momento não há motivos para os supermercadistas aumentarem os preços dos alimentos. De acordo com o presidente da Agas, Antônio Cesa Longo, produtos como leite e feijão subiram em função de período de entressafra. Apesar do cenário econômico marcado por incertezas, o dirigente acredita que os preços devem se estabilizar no próximo período. "Tem variável da renda, da oferta e procura. Estão acontecendo demissões, avisos de redução de salários. Por isso acredito que não vai ter aumento, os preços devem permanecer estáveis. A partir dessa semana tem novo referencial que é o pós Páscoa e pós pagamento. Agora que vai ser a nova realidade", projetou.


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