Procura por dentistas pelo SUS aumenta em Porto Alegre e retoma patamar pré-pandemia

Procura por dentistas pelo SUS aumenta em Porto Alegre e retoma patamar pré-pandemia

Porto Alegre disponibiliza atendimentos odontológicos pelo SUS, que podem ser agendados até por aplicativo

Christian Bueller

Procura por consultas odontológicas aumentou com arrefecimento da pandemia

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Dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) dão conta de que 34 milhões de brasileiros, com mais de 18 anos, perderam 13 dentes ou mais, e 14 milhões de pessoas perderam todos os dentes. Na mesma pesquisa, de 2019, foi detectado que menos da metade dos brasileiros consultou um dentista nos 12 meses anteriores ao levantamento.

Com o advento da pandemia, a distância entre a última consulta odontológica de muitas pessoas aumentou. Mas, com o arrefecimento de contaminações e mortes por Covid-19, a busca pelo cuidado com o sorriso voltou a aumentar. Não há, ainda, um número que aponte esta guinada, mas a demanda as unidades de saúde de Porto Alegre retornou a parâmetros pré-pandêmicos, intensificados por pacientes que não têm recursos para consultas pagas e procuram o SUS para deixar a saúde bucal em dia.

Na Centro de Saúde Modelo, no bairro Santana, por exemplo, a média de cada um dos quatro consultórios odontológicos disponíveis é de 12 atendimentos diários.

Segundo a coordenadora da unidade, Elizete Brando, há três possibilidades em que a população correspondente ao território abrangido pelo posto pode agendar uma consulta. “Tem a demanda espontânea, pode ser feito pelo aplicativo 156+POA em que o paciente, sendo da nossa área, já pode vir direto para ser atendido, e, também, há casos em que os pacientes chegam aqui, passam por um acolhimento e, se houver agenda, podem ser atendidos ainda no dia. Mas há limite de consultas para cada dia”, explica Elizete.

A coordenadora acrescenta que, se um paciente que chegar em uma unidade que não a sua de referência, mas estiver em uma situação de urgência, será atendido e posteriormente encaminhado ao posto referente ao território onde ele mora. “A exceção fica por conta das unidades com atendimentos ampliados até as 22h. Nestes casos, não importará o endereço do paciente. Aqui na Modelo, no momento, estamos sem este serviço, pois a dentista está em licença de saúde. Mas quando retornar será normalizado”, informou Elizete.

Com 20 anos de serviço público, Daniela Vidal é uma das profissionais que atuam na Capital. A dentista confirma o aumento do fluxo. Entre estes atendimentos, estão aqueles em que a broca vai até o paciente. “Fazemos atendimentos domiciliares a pessoas acamadas. Há programas do governo federal, como o Programa Saúde na Escola, em que ocorrem ações voltadas aos estudantes do território de cada unidade”, ressalta a odontóloga. Daniela orienta que as pessoas busquem resolver os problemas bucais que estiveram em segundo plano durante a pandemia.


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