Procura por tendas de triagem aumenta em Porto Alegre

Procura por tendas de triagem aumenta em Porto Alegre

Espaços funcionam junto a hospitais e unidades de saúde

Cláudio Isaías

Tendas de triagem foram montadas em função da pandemia

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Com o aumento dos casos de contaminação e mortes por conta do novo coronavírus e a aproximação do inverno, tem aumentado também a procura de informações por parte da população sobre a doença nas tendas de triagem montadas em hospitais e nas unidades básicas de saúde em Porto Alegre. No hospital Vila Nova, na zona Sul, a técnica de enfermagem Luisa Meireles Azevedo ressaltou que muitas pessoas procuram a emergência onde os funcionários do setor são questionados sobre sintomas e transmissão. Em seguida, caso apresentem os sintomas, elas são encaminhados até a tenda de triagem que funciona das 7h às 19h. Desde o dia 30 de março, quando o serviço entrou em funcionamento já foram atendidas 1.216 pessoas. Até segunda-feira, 157 casos internados negativaram para a doença na instituição de saúde. Nenhuma morte em decorrência da Covid-19 foi registrada no hospital.

Segundo Luísa Meireles, todas as pessoas que procuram o serviço estão sempre protegidas com o uso de máscara e costumam levar álcool em gel para a higienização. Na manhã desta terça-feira, a dona de casa Nádia Silveira disse que foi até o hospital em busca de informações confiáveis. "Nada como um hospital ou um posto de saúde", ressaltou. Na sua casa no bairro Jardim Vila Nova, ela afirmou que a família composta por quatro pessoas (marido e dois filhos) procura sempre respeitar as regras como o uso da máscara, do álcool em gel e de manter a residência arejada.

 Na tenda montada no posto da Cruzeiro do Sul, que funciona 24 horas, os funcionários relataram que a dúvida dos moradores com relação a pandemia do novo coronavírus também está relacionada aos sintomas e à transmissão. A aposentada Cecília Moraes, residente na rua Orfanotrófio, que estava utilizando máscara e tinha um fasco de álcool em gel, disse que tem evitado aglomerações e procura manter a distância mínima de dois metros de outras pessoas. "Por conta da Covid-19, por enquanto, sem beijo, abraço ou aperto de mão nos parentes e amigos", acrescentou. 

No Grupo Hospitalar Conceição (GHC), o médico Alexandre Bessil, gerente das Interunidades de Emergência, informou que 3.293 pessoas (2.172 mulheres e 1.121 homens) foram atendidas na Central de Triagem Covid-19 do GHC inaugurada no mês de março. A estrutura funciona no espaço de parte da Escola GHC, na avenida Francisco Trein, bairro Cristo Redentor, próximo ao Hospital Conceição. Com atendimento diário das 8h às 22h, a unidade recebe pacientes suspeitos de coronavírus, para avaliação de risco. Segundo Bessil, os que necessitarem de internação são encaminhados para o Hospital Conceição e os que não têm gravidade recebem orientações para o retorno ao domicílio.

O local conta com quatro consultórios, uma sala de estabilização, uma sala de classificação de risco com dois classificadores e uma ambulância para transporte de paciente. A equipe é formada por três enfermeiros, quatro médicos, três técnicos de enfermagem e dois auxiliares administrativos. O movimento de pessoas em busca de informações sobre a Covid-19 tem sido intenso também nas tendas de triagem localizadas nas unidades de saúde da Bom Jesus, Lomba do Pinheiro e nos hospitais Materno Infantil Presidente Vargas e da Restinga Extremo Sul. 

Principais questionamentos nas tendas de triagem

Quem procura o serviço das tendas de triagem em Porto Alegre busca informações sobre os sintomas do novo coronavírus e como ocorre a transmissão. Tanto os enfermeiros quanto os técnicos de enfermagem dos hospitais e dos postos de saúde alertam à população sobre os sintomas da Covid-19 que podem variar de um simples resfriado até uma pneumonia severa. Os sintomas mais comuns são tosse, febre, coriza, dor de garganta e dificuldade para respirar. Os profissionais de saúde no contato com a população falam ainda sobre a transmissão que acontece de uma pessoa doente para outra, por contato próximo através de toque, espirro, gotículas de saliva, tosse, espirro ou ainda objetos ou superfícies contaminadas, como telefones celulares, mesas e brinquedos.

O diagnóstico do novo coronavírus é realizado primeiramente pelo profissional de saúde que deve avaliar a presença de critérios clínicos: a pessoa com quadro respiratório agudo, caracterizado por sensação de febre, acompanhada de tosse ou dor de garganta, coriza ou ainda dificuldade respiratória. É avaliado ainda a pessoa com desconforto respiratório ou dificuldade para respirar ou pressão persistente no tórax. Também é avaliado pelas equipes a saturação de oxigênio menor do que 95% em ar ambiente ou coloração azulada dos lábios ou rosto, o que é chamado de Síndrome Respiratória Aguda Grave. Caso o paciente apresente os sintomas, o profissional de saúde poderá solicitar exame laboratoriais.


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