Projeto de hidrogênio verde tem amplo potencial de expansão no RS

Projeto de hidrogênio verde tem amplo potencial de expansão no RS

Instalação é discutida no porto de Rio Grande

Felipe Faleiro

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Em 2021, o Rio Grande do Sul assinou dois memorandos de entendimento com empresas diferentes para o desenvolvimento de potencial projeto de hidrogênio verde no Estado. Trata-se uma tecnologia ainda incipiente no país, mas com amplo potencial de expansão contínua futura, afirmam especialistas no setor. O projeto é discutido para ser instalado no porto de Rio Grande, maior distrito industrial do RS e com características logísticas que o colocam em uma posição econômica privilegiada.

O RS tem a meta de reduzir as emissões de carbono em até 50% até 2030, mesmo índice assumido pelo Brasil na assinatura do Acordo de Paris. A energia produzida a partir da eletrólise da água é vista como fundamental para um futuro mais sustentável. Neste processo, ela é decomposta, ou seja, os elementos oxigênio e hidrogênio são separados, e este último é armazenado para gerar energia por meio de células de combustível, podendo também ser utilizado como insumo para siderúrgicas, indústrias de bebidas, químicas e petroquímicas, entre outras.

Uma das grandes vantagens desta forma de geração de energia é sua estabilidade de preços, além, é claro, de seu baixo impacto ambiental relacionado. “Existe uma expectativa que a Europa poderá adquirir hidrogênio verde do Brasil o qual será produzido em grande escala e baixo custo a partir de energia renovável de fonte eólica e solar”, explica Felipe Ostermeyer, da Enerfin, uma das empresas que assinou o memorando com o governo gaúcho.

De acordo com ele, a tecnologia de uso do hidrogênio verde segue em desenvolvimento, e necessita ainda superar barreiras de competitividade, entre outras. ‘Mas creio que não se trata mais de duvidar se ela será uma realidade no futuro próximo, mas sim, quando isso ocorrerá de fato”, observa Ostermeyer. E a disponibilidade do hidrogênio é indiscutível, já que este é o elemento mais abundante do universo.

O presidente do Sindicato da Indústria de Energias Renováveis do Rio Grande do Sul (Sindienergia RS), Guilherme Sari, reforça que há um grande mercado a ser explorado. “Existe a oportunidade de chegar a uma autossuficiência, e depois de uma exportação de projetos renováveis, sobretudo eólicos, que vão dar respaldo para o atendimento deste mercado de hidrogênio. Haverá muita força nele porque há empresas do agronegócio, como de fertilizantes, envolvidas, e que têm uma demanda grande neste sentido”, afirma.

Nesta quinta-feira,, o Correio do Povo realiza o Fórum de Energias Limpas, na sede do Imed, em Porto Alegre. No evento, especialistas renomados e relacionados às diversas fontes de energias renováveis, tanto de empresas privadas, quanto do poder público, vão discutir seus projetos em andamento, trocar experiências e apontar soluções para a viabilidade da geração energética a partir de fontes não-agressivas ao meio ambiente no Rio Grande do Sul.


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