Projeto de revitalização do Cais Mauá prevê retirada do muro e investimento de R$ 1,3 bilhão

Projeto de revitalização do Cais Mauá prevê retirada do muro e investimento de R$ 1,3 bilhão

Local deve ganhar prédios residenciais e corporativos, incluindo um hotel

Felipe Samuel

Local deve ganhar prédios residenciais e corporativos, incluindo um hotel

publicidade

Com previsão de R$ 1,3 bilhão em investimentos durante o período de 15 anos, o governo do Estado apresentou nesta quinta-feira, no Palácio Piratini, o projeto de revitalização do Cais Mauá. O modelo de investimento envolve, entre outras coisas, a utilização de recursos oriundos da alienação do setor de docas para a revitalização dos setores de armazéns e do Gasômetro. O projeto apresentado por representantes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Consórcio Revitaliza, selecionado pelo BNDES, propõe ainda a retirada do muro da Mauá e a construção de prédios residenciais e corporativos. A projeção é a criação de 45 mil empregos diretos e 5 mil indiretos durante as obras.

Para garantir a proteção da cidade contra possíveis enchentes, o projeto leva em consideração alguns modelos, entre os quais sistema de encaixe, sistema inflável e sistema com preenchimento de água. Conforme o chefe de Departamento de Estruturação de Projetos Imobiliários do BNDES, Osmar Carneiro de Lima, a ideia de retirar o muro visa integrar novamente a cidade ao Cais Mauá. Na área das docas, 70% será para uso residencial e corporativo. Os 30% restantes serão utilizados para a construção de um hotel e de um espaço voltado ao comércio. "O Cais Mauá está esquecido no coração de Porto Alegre. Temos uma joia no Centro Histórico", avaliou.

Proprietário da empresa Dal Pian Arquitetos, uma das que compõem o consórcio Revitaliza, Renato Dal Pian detalhou os projetos para região. Ele explicou que a ideia é tirar o muro da Mauá para mostrar toda a "história esquecida" por trás dos muros de proteção e possibilitar atividades de lazer e recreação náutica. "O Cais Mauá é uma zona de grande importância para o centro de Porto Alegre", destacou. Nos armazéns, a ideia é oferecer espaços destinados à memória, cultura, tecnologia, gastronomia e lazer. Nas docas serão construídos edifícios residenciais, comerciais (que ficarão no térreo), corporativos e um hotel, além de marinas e praças. "Vai ter habitação dentro da área das docas", afirmou.

Ao lembrar do processo de rescisão do contrato com o consórcio Cais Mauá do Brasil, o governador Eduardo Leite afirmou que foi uma decisão "importante, arrojada e necessária", uma vez que aquele modelo não tinha sustentação. "A concessão de uma parte e a venda das docas vai ajudar a sustentar investimentos", ressaltou. Segundo Leite, o projeto tem força simbólica "muito grande" para o Estado e representa uma visão de futuro, aumentando a autoestima e promovendo a geração de empregos. O governador também destacou a importância de retirar o muro da Mauá. "A perspectiva é de que possa ser derrubado e integrado a um espaço tão bonito para a cidade", projetou.

Entre as alternativas estudadas para investimentos nas docas, existe a possibilidade de permuta dos imóveis das docas por obras viárias, revitalização e urbanização da região, incluindo a área dos armazéns, além da implementação do novo sistema de contenção de enchentes. O projeto também prevê a concessão de uso da área dos armazéns e gasômetro, com obras de recuperação e prestação de serviços de manutenção, limpeza, vigilância, assim como atividades relacionadas a cultura, gastronomia, lazer, comércio e turismo.

Uma parceria público-privada como contraprestação imobiliária seria uma alternativa, como imóveis das docas utilizados como pagamento por obras e serviços. Também envolveria a realização de obras de reforma e prestação de serviços na área dos armazéns, com obras viárias e urbanização do entorno, assim como construção e manutenção de novo sistema de contenção de enchentes. Prestação de serviços de manutenção, limpeza, vigilância e atividades econômicas relacionadas a cultura, gastronomia, lazer, comércio e turismo. O projeto deve ser finalizado em janeiro e o leilão de concessão deve ocorrer em maio de 2022.

Confira imagens do projeto:

 


Mais Lidas

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895